sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Será o fim do túnel?

Faltam cinco dias para a posse de Obama. E hoje li no Yahoo! Notícias que Bush defende seu "desempenho na política externa". Sendo bem sarcástica: se ele não defender, quem o fará, não é mesmo?

Ele deixa o incrível legado da maior crise financeira norte-americana em oitenta anos, cujas consequências afetam praticamente o mundo todo. Deixa seus soldados em guerra, morrendo todos os dias. Deixa uma história de terror e ódio, que fez os EUA tornarem-se, além de uma "ilha", o alvo de constantes piadas ao redor do planeta. Isso entre tantas outras coisas ruins e negativas. E sua posição é de que deixa "um mundo mais livre" a seu sucessor. Boa, essa.

Fizeram um verdadeiro carnaval em torno da eleição de Obama. Sim, esse fato mereceu entrar para a história. Mas toda essa emoção vela a pressão de que ele é a solução para todos os problemas. Será??? Não duvido de sua capacidade ou seu brilhantismo. Mas digamos que, para melhorar o presente, não precisa de muito. Metaforicamente, é como sofrer na seca: mesmo uma garoa nos deixa feliz. E esse São Pedro tem toda a condição de fazer chover, mas, infelizmente, o solo esturricado que o texano deixa exige um temporal para chegar ao cenário ideal do american dream. Toda essa esperança me lembra a paixão dos tupiniquins pelo molusco. Para muitos (e tenho orgulho de dizer que isso nunca se aplicou a minha pessoa), era o sol no céu e a estrela vermelha na terra. Preciso dizer mais?

Não é cinismo meu. O que quero dizer é que não basta ser bom (ou até melhor, como provavelmente é o caso) para arrumar a bagunça. Tem que ser excepcional. E espero que seja, de todo o coração, porque suas decisões não afetam apenas seu território. Afeta a todos nós.

God bless him.

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