segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Agência x Cliente

É, no mínimo, interessante:

- Você, o cliente, envia o briefing para uma agência com quatro semanas de antecedência. A agência recebe e aceita o job.

- No prazo acordado, a agência liga dizendo que "ó, não vai dar pra fazer pra hoje, não".

- O prazo é adiado pela agência.

- No novo prazo, a agência envia. Com absolutamente tudo cheio de erros.

- Você, o cliente, revisa tuuuuudo de novo. Envia uma lista especificando cada errinho e como ele deve ser ajustado. E pede urgência para retorno, já que a peça precisa ter andamento no próximo dia útil.

- A agência reenvia no mesmo dia, uma sexta-feira, mas MUITO depois do horário do expediente. Ou seja: você, cliente, vai abrir apenas na segunda-feira.

- Segunda-feira, o cliente abre todas as peças e se surpreende novamente: algumas alterações foram feitas. Outras, ignoradas. E outras, olha só que coisa: apareceram do nada, sem serem solicitadas, configurando novos erros nas peças.

- Aí, você, cliente, envia outro e-mail alertando sobre os novos (e antigos, mas ignorados) erros. Com toda a educação do mundo. Mas pedindo, mais do que nunca, urgência máxima, já que as peças têm que ser disparadas no mesmo dia (data esta, aliás, que foi adiada porque a agência atrasou a entrega das peças briefadas láááá atrás).

- Você espera. E espera. E espera. Aí, a meia hora do fim do expediente, cansa de esperar e liga, perguntando educadamente sobre as peças (que eram várias, mas, em caráter de urgência, foram resumidas a três para este dia).

- Então, você ouve um comentário sarcástico dizendo que "na sexta-feira, a agência fez com pressa. Mas tem outros jobs na fila".

- Você continua gentil. "Pois é, mas você notou que pedimos algumas alterações que já tinham sido solicitadas? E também que, hoje, precisamos de apenas três peças?"

- A agência, "solícita": "sim, essas já estão em revisão. Mas estão na fila".

- Aí você se cansa da gentileza. "Pois é... mas revisar o quê, se a gente já mandou tudo redondo? Das outras vezes, a revisora viu e incluiu vírgulas onde não devia. Mudou a conjugação verbal e errou. Se ela for fazer isso de novo, infelizmente a peça não vai ficar pronta, porque terá que voltar para vocês mais uma vez. Então, você até pode manter as peças na fila da revisão, mas, ao mesmo tempo, pode enviar para nós, para que simplesmente revisemos se tudo que foi pedido foi feito. Se sim, então estará tudo ok. Obrigada!".

- Resultado: você, cliente, é taxado de MAL-EDUCADO pela agência, que não só não faz o serviço dela, como também não permite que você faça o seu.

É cada uma, viu...?

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Falar demais. Ouvir de menos.

Crédito da imagem: Gente Miúda 

Minha Gerente está de férias e, nesse período, estou respondendo pela equipe. Uma fornecedora (com quem eu já tinha conversado anteriormente) liga:

Eu: Marketing, Renata Momoe, boa tarde!
Ela: Olá, Renata! É a Renata Silva?
Eu: Não, é a Renata Momoe. Posso te ajudar?
Ela: Renata Silva AINDA está de férias???
Eu (o que ela tem com isso?): Sim, por mais dez dias. Com quem eu falo?
Ela: Elaine, da empresa XXX. Você recebeu minha proposta para o projeto YYY?
Eu: Não, você mandou para mim?
Ela: Sim. Para a Renata Silva.
Eu: Mas eu não sou Renata Silva. Sou Renata Momoe. A Renata Silva está de férias.
Ela: Mas é que eu não tenho o seu contato!!!
Eu: Bem, nós já conversamos antes... você me pediu a logomarca para aplicação no projeto e eu te enviei. Lembra? A própria Renata Silva te deu este meu telefone e o meu e-mail, já que ela estava saindo de férias.
Ela: Ah, é mesmo! Estou vendo aqui nos meus e-mails - Renata Momoe... e também tem um Raphael, certo? Vocês dois me mandaram a logomarca! Hahahaha...
Eu (não vendo graça alguma): Isso mesmo.
Ela: Pois então, você viu a minha proposta para o projeto?
Eu (???): Bom... não, porque você não me mandou, certo?
Ela: Mandei, sim. Para a Renata Silva!
Eu (ó, Deus...): Pois é, mas nós não somos a mesma pessoa. A Renata Silva está de férias e eu não abro o e-mail dela. Mas, olha, se você quiser, pode aguardar que ela retorne das férias. Você prefere? Não tem problema...
Ela: Ah, não... vai demorar DEMAIS! Você não pode ver???
Eu: Sim, posso. Se você me mandar.
Ela (me ignorando mais): ... aí, você olha e me fala se está ok. Se estiver ok, eu mando o orçamento.
Eu: Desculpe, então você ainda não tem o orçamento? Se você quer que eu apresente o projeto, preciso da estimativa de custos. Com certeza será a primeira pergunta que me farão.
Ela: Ah, você quer o orçamento? Não tem problema, eu te mando.
Eu: Ok, mande junto com a proposta, por favor.
Ela: Mas eu já mandei o projeto!
Eu (já completamente sem paciência, mas ainda assim falando com calma - ô, orgulho de mim mesma...): Vamos lá, mais uma vez... você não me mandou. Você enviou para a Renata Silva. Somos duas pessoas diferentes - e ela está de férias, então eu não tenho como ver. Por favor, se você deseja que eu veja e apresente aos interessados antes da Renata Silva retornar, mande para mim. Para o MEU e-mail.
Ela (intransigente e com ZERO de memória): Ah, mas é porque eu NÃO TENHO o seu contato! Só o da Renata Silva... e do Raphael. O orçamento não vou poder mandar agora. Só semana que vem.
Eu: Como te falei, nós já tínhamos conversado antes. Eu já te enviei e-mail há algum tempo. Mas tudo bem. Quanto ao orçamento, me passe quando puder. De qualquer maneira, só poderei apresentar ao Diretor quando a estimativa de custos chegar, tá joia?
Ela: Qual é o seu e-mail?
Eu: [meu e-mail]@xxxx.com.br
Ela: Ponto com?
Eu: Ponto com ponto BR
Ela: Ponto BR?
Eu: Sim.
Ela: Ponto com ponto BR? Ponto BR???
Eu (TÁ DE BRINCADEIRA???): Isso mesmo, ponto com ponto BR [e repeti o e-mail inteiro, mais uma vez].
Ela: Ótimo, então vou te enviar, ok?
Eu (aliviada porque a conversa estava acabando): Maravilha, obrigada.

Três minutos depois...

Eu: Marketing, Renata Momoe, boa tarde!
Ela: Oi, Renata! Tudo bem? É Elaine... agora vou te ligar SEMPRE!
Eu (oi?!?!?!? Por quê????? NÃOOOOOO!!!): Ah... tá... tudo bem?
Ela: Então, você recebeu o e-mail?
Eu: Ah, desculpe, ainda não tinha visto. Mas estou vendo aqui na minha caixa, agora. Sim, recebi, obrigada.
Ela: E aí, o que você achou???
Eu (já com preguiça de ser educada com quem não me ouve): Sobre o quê?
Ela (irritada - olhe só que ironia...): Sobre o projeto!!!
Eu (irônica): Então... como te falei, eu ainda não cheguei a ver. Mas estou baixando o arquivo, não se preocupe.
Ela: Ah, bem, então me diz o que você achou!
Eu: Ok, tranquilo.
Ela: .................................
Ela (impaciente): Pode me dizer agora!
Eu (mais irônica): Então, não dá, sabe, porque, como acabei de te falar, ainda não abri o projeto. O arquivo está baixando, sabe? É que ele está BEM pesado, né?
Ela: Ah, mas é que a gente prefere mandar assim, porque é "mais fácil" para os clientes abrirem.
Eu (ah, tá, "os clientes" são mesmo muito burros): É, imagino...
Ela: Aí você me fala o que achou?
Eu: Sim, mas lembre que vou precisar do orçamento para poder apresentar ao Diretor. Isso faz muita diferença.
Ela: Mas você PODE me falar a sua opinião, né?????
Eu (meu pavio estava bem longo...): Posso. QUANDO eu conseguir baixar o arquivo, ver o projeto e receber o orçamento.
Ela: Mas o orçamento eu só vou poder enviar semana que vem!!!
Eu: Sim, você me falou. Eu já entendi. Não tem problema, sabe? Eu aguardo e faço a análise do projeto como um todo.
Ela: Se você não "der conta" de abrir o arquivo, me fale.
Eu (MUITO irônica): bom, é um .pps... acho que não vou ter MUITA dificuldade. Mas obrigada.
Ela: Ah, é, ok. E aí, o que você achou???
Eu (SÉRIO mesmo???): .......................................
Ela (pela primeira vez, um simancolzinho...): Ah, bem... depois você me fala, então, né?
Eu: Isso.
Ela: Então está bem, bom fim de semana!
Eu: Ok, obrigada. O mesmo pra você.


Ai, ai, sexta-feira abençoada... hoje eu REALMENTE preciso de umas caipiroskas com as amigas!!!

Ainda mais depois desses telefonemas sem fio (nem pé... nem cabeça... nem razão alguma)! Se ela teve tanta dificuldade pra entender o domínio do meu e-mail - que, olhe só que incrível: é O MESMO dos meus colegas de trabalho... rs! -, imagine quando eu precisar explicar em que partes do projeto ela se equivocou e o porquê? Ui...

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Sobre duas rodas

Vindo trabalhar hoje, passei por dois acidentes graves - ambos envolvendo moto. E, no restante do trajeto, vi vários carros quase batendo em outras motos, na maioria dos casos por imprudência do próprio motociclista.

De todas as dezenas de motocicletas que passaram por mim no trânsito, apenas UMA estava na velocidade do fluxo. Reparem: não estou dizendo velocidade da VIA, mas sim do FLUXO. Somente esse motociclista pilotava como se deve: dentro da faixa, sem costurar como louco entre os carros que correm a 80km/h no Eixão. E arrisco dizer que ele provavelmente não chegou atrasado, por isso.

Eu sou habilitada para "dirigir" moto, mas, desde que tirei minha carteira, não ousei usá-la. Porque sei como sou invocada. Não confio em mim mesma com uma moto nas mãos. Será que sou responsável o suficiente para não me acidentar - ou, pior: causar um acidente por imprudência minha?

Crédito da imagem: Colorir.com
Motocicletas dão um ar de liberdade, eu sei. Sou completamente apaixonada por elas, de verdade! E de que adianta estar em cima de uma moto, se é pra andar na linha, né?

Pois é. O problema é que, se o motociclista faz merda besteira no trânsito, quem se dá mal é ele. Ele é o elo fraco - não importam as zilhões de cilindradas que ele tiver. Se o cara do carro faz a mesma merda cagada besteira, ao menos tem uma carcaça de ferro em volta dele, que pode (ou não) proteger.

Tenho vários amigos motociclistas. Entre eles, há os "pilotos frustrados" e os simples amantes de motocicletas. E mesmo os mais prudentes já se acidentaram feio - e não foi por culpa deles. Estavam andando como se deve, quando motoristas furaram a preferência e os atropelaram. Mas e aí, quem se machucou? Não foram os motoristas, dentro de seus carros.

Esses acidentes foram traumáticos pra mim. Fiquei extremamente preocupada e acompanhei de perto os maus bocados que eles passaram. Da mesma forma, acredito que todos esses motociclistas pelos quais passo diariamente também tenham quem se preocupe com eles.

Meus amigos que se apaixonaram por essa vida sobre duas rodas, por favor, tomem cuidado redobrado. Aliás, tomem cuidado 20 vezes, não só por vocês, mas por todos que os cercam. No trânsito e também em casa.

terça-feira, 30 de abril de 2013

Amigos de ontem e de hoje

A vida é engraçada. 

Na infância e na adolescência, tive uns grupinhos de amigos e amigas. Era coisa normal, a tal da panelinha. E as pessoas tinham títulos: "Fulano é meu melhor amigo"; "Sicrana é sebosa"; "Esse garoto é bagunceiro". Se algum membro do grupinho se aventurava a brincar ou conversar com um membro de outro grupinho, pronto! Virava assunto: "Fulaninho está ficando metido!". Era inadmissível! 

Hoje, sou tia, mas ainda não sou mãe. Embora conviva muito de perto com meus sobrinhos postiços, não sei se a sociologia dos pequenos continua assim, tão segregada. Meus sobrinhos são descolados... volta e meia aparecem com novos amigos, novos colegas. Eles não são lá um exemplo típico. Rs! 

Pode não parecer, mas eu sou uma pessoa estourada. Já briguei com muita gente nessa minha vida. Por inúmeros motivos - desde os mais banais até os mais sérios. E, sim, também sou orgulhosa. Demoro a engolir a raiva e pedir perdão ou perdoar. Mas, olhando para as pessoas com quem convivo e por quem tenho uma amizade muito forte, vejo que não sou assim, tão cabeça-dura. 

No meu ciclo de amizades de hoje, há pessoas com quem já briguei feio. Há pessoas de quem me afastei por razões, muitas vezes, inexplicáveis. Há gente que não parecia ter nada em comum comigo, na infância. Há pessoas que conheço desde criança, mas que, por décadas, não passavam de "colegas" ou "conhecidos". Há os antigos "metidos", os "esquisitos", os "isolados", os "populares", os "bagunceiros", os "maloqueiros". Que panelinha, o quê! A panelinha virou um jabá. Um belo de um mexidão!

Claro, há também novos amigos. Ainda bem que, com o tempo, a gente aprende a valorizar mais um amigo com diferenças que a primeira impressão ou o "pré-conceito". A gente entende que as diferenças dão um sabor único a cada pessoa com quem se relaciona. E percebe que orgulho nenhum vale uma amizade para a vida inteira. 

A vida não se explica. Ela simplesmente acontece.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Nanda x Rihanna

Nas férias de verão, Nanda estava linda, bem pretinha. Tinha ido à praia com seus padrinhos. Todos os tios falavam muito sobre sua morenice e do quanto ela estava mais linda ainda.

No início de março, ela ainda estava bem queimadinha de sol. Em uma das festas a que fomos (costumamos ir a muitas festas, uma vez que nosso grupo de amigos é bem grande e muito unido), havia monitores espalhados pelo salão, nos quais passavam vários clipes musicais.

A certa altura da noite, começou a passar o clipe da música "Diamonds", cantada por Rihanna.




Nanda observou atentamente, por alguns instantes. Então, ela se virou para mim:

- Tia, essa moça tem uma voz bonita, mas é feia, né???

(Ela tinha ficado impressionada com o corte de cabelo maluco da cantora).

- Meu amor, na verdade, essa moça é muito bonita. Ela é lindíssima. Mas realmente está bem esquisitinha nesse clipe.

Então, em meu celular, procurei por fotos de Rihanna no Google, para mostrar para ela.

- Está vendo, Nanda? Olhe só como ela é bonita!

E ela pegou o telefone e olhou as imagens da cantora no resultado da busca. Ela se impressionou:

- Nossa, tia! Ela é muito linda mesmo!!!

E emendou, concentrada em seus pensamentos:

- Ela é morena, né? Igual eu (sic)!!!

Morri de rir. E concordei na hora - mas, pensando bem, discordo um pouco: a Nanda é muito mais linda que a Rihanna... rs! #tiababona

terça-feira, 2 de abril de 2013

Sobre meninos e meninas

Rogério e Isabela têm dois anos - com sete meses de diferença. Estavam brincando no último fim de semana, quando Rô falou:

- Sou o Homem-Aranha!

Na mesma hora, a mãe dele se vira para a Belinha:

- E você, Bebela, é o quê?

E ela responde, sem dúvida alguma:

- Princesa!!!

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Non Bom!

Daí que meu amigo Daniel foi a um dos inúmeros restaurantes chineses na Liberdade, em São Paulo.

Nesses casos, não sei se vocês sabem, mas o atendimento é feito por chineses mesmo - e a maioria mal entende o português. Difícil pacas conseguir se comunicar, mas, conversas e vigilância sanitária à parte, a comida é boa. Affmaria, quantos pratos deliciosos!

Pois bem, lá estava meu amigo Daniel. Quando ele finalmente decidiu o que pedir, veio a resposta inusitada:

- Non, non!!! Esse non bom!!! 
- O quê?
- Esse non bom. Esse você non gosta. Melhor esse (apontando para outra opção no cardápio)!

A garçonete anotou o pedido que ela mesma escolheu, deu as costas e se retirou.
Daniel ficou chocado. Mas morreu de rir com a situação. E não é que, no final, ele acabou achando a "sugestão" boa???