terça-feira, 30 de abril de 2013

Amigos de ontem e de hoje

A vida é engraçada. 

Na infância e na adolescência, tive uns grupinhos de amigos e amigas. Era coisa normal, a tal da panelinha. E as pessoas tinham títulos: "Fulano é meu melhor amigo"; "Sicrana é sebosa"; "Esse garoto é bagunceiro". Se algum membro do grupinho se aventurava a brincar ou conversar com um membro de outro grupinho, pronto! Virava assunto: "Fulaninho está ficando metido!". Era inadmissível! 

Hoje, sou tia, mas ainda não sou mãe. Embora conviva muito de perto com meus sobrinhos postiços, não sei se a sociologia dos pequenos continua assim, tão segregada. Meus sobrinhos são descolados... volta e meia aparecem com novos amigos, novos colegas. Eles não são lá um exemplo típico. Rs! 

Pode não parecer, mas eu sou uma pessoa estourada. Já briguei com muita gente nessa minha vida. Por inúmeros motivos - desde os mais banais até os mais sérios. E, sim, também sou orgulhosa. Demoro a engolir a raiva e pedir perdão ou perdoar. Mas, olhando para as pessoas com quem convivo e por quem tenho uma amizade muito forte, vejo que não sou assim, tão cabeça-dura. 

No meu ciclo de amizades de hoje, há pessoas com quem já briguei feio. Há pessoas de quem me afastei por razões, muitas vezes, inexplicáveis. Há gente que não parecia ter nada em comum comigo, na infância. Há pessoas que conheço desde criança, mas que, por décadas, não passavam de "colegas" ou "conhecidos". Há os antigos "metidos", os "esquisitos", os "isolados", os "populares", os "bagunceiros", os "maloqueiros". Que panelinha, o quê! A panelinha virou um jabá. Um belo de um mexidão!

Claro, há também novos amigos. Ainda bem que, com o tempo, a gente aprende a valorizar mais um amigo com diferenças que a primeira impressão ou o "pré-conceito". A gente entende que as diferenças dão um sabor único a cada pessoa com quem se relaciona. E percebe que orgulho nenhum vale uma amizade para a vida inteira. 

A vida não se explica. Ela simplesmente acontece.

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