quarta-feira, 18 de março de 2009

Pelo amor de Deus!

Acho que todo mundo já ouviu a frase "católico graças a Deus". Eu admito: sou católica batizada. Graças a Deus, aos meus pais, à educação que recebi, à minha espiritualidade. Mas não graças à Igreja.

Aliás, ela é o principal motivo por que não sou praticante. Sua filosofia, seus dogmas, seus padres, sua irracionalidade, sua hipocrisia. Tudo isso me faz ter vergonha, isso sim, dessa religião. É, sou revoltada mesmo.

E fico cada vez mais revoltada. Como nesses últimos tempos, em que dois casos envolvendo a Igreja ganharam espaço na mídia.

O primeiro já está até "antigo". A respeito do arcebispo de Olinda e Recife e seu posicionamento diante do aborto da menina de 9 anos, que estava grávida de gêmeos por estupro. Seu padrasto abusava dela desde os 6. Esse caso rendeu até entrevista nas Páginas Amarelas desta semana na Veja. Pessoalmente, acho a Veja um tanto quanto partidária. Em certos casos, ela demonstra sua opinião a respeito do assunto abordado, polemizando bastante. Normalmente, acho isso terrível, considerando que o Jornalismo não permite isso. Mas, nesse caso, eu admito que gostei.

Essa entrevista mostrou a inconsistência das leis eclesiásticas. Destacou a falta de interesse: em um momento, o entrevistador pergunta sobre que tipo de ajuda seria oferecida à menina e sua família, caso elas acatassem a opinião da Igreja. A resposta foi bem vaga, dizendo que a família não era pobre a ponto de passar fome. Ah, tá. E aí?

Em outro momento, a pergunta foi bem básica: qual é o nome da menina? Nem o entrevistado, nem qualquer uma das cinco ou seis outras pessoas que o acompanhavam souberam dizer. Daí a gente pode tirar boas conclusões.

Aí eu li, no G1, que a Igreja não costuma comunicar esse tipo de decisão (de excomunhão). Eles fazem e pronto; ninguém precisa ficar sabendo. Então, que esse arcebispo fizesse e ficasse na dele. Agora vem um bando de gente pedindo pra "deixá-lo em paz". Ora, se ele não se metesse na vida alheia, talvez os outros não fizessem o mesmo com ele.

Ai, ai... deixem-me respirar e baixar a bola da minha indignação.

Ok, vamos lá. Outra declaração infeliz foi a do Papa, nesta semana. Sobre o combate à aids. Segundo ele, a camisinha não é a forma correta para combatê-la. E foi além: sua distribuição PIORA esse problema. Ah, MUITO BEM!!! Palmas para ele, que não tem uma solução inteligente (abstinência é utopia, senhor Bento! Deixe de ser ingênuo!) e ainda critica a ÚNICA ação que tem mostrado resultados na luta contra essa terrível doença.

Eu sei que as pessoas têm direito de pensar e falar. Mas a Igreja é formadora de opinião e precisa ser responsável. No dia em que o Vaticano parar de ostentar ouro, pedras preciosas, trajes de "grife" e jato particular(avareza é um pecado capital, heim!), talvez eu venha a respeitá-la como "porta-voz de Deus". Até lá, considero que ela não tem direito a criticar o modo de vida alheio.

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