segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Coisa de português

Na infância, mamãe e papai estimulavam-nos a ler muito. E líamos. Especialmente gibis e livros da coleção Vaga-Lume. Até hoje, quando resolvo pegar uma leitura, devoro-a rapidinho.

Entre os gibis, a Turma da Mônica era o must have. Isso quando ainda era da Editora Abril e nem existia revistinha da Magali (cuja primeira edição, se não me engano já na Editora Globo, veio numa caixinha, lembram?). Eram Mônica, Cebolinha, Cascão ou Chico Bento.

Mamãe nos levava para a banca ou livraria e dizia: "escolham". Mas tinha um porém. Não podíamos escolher nem Cebolinha, nem Chico Bento. Porque eles falavam errado. E, se estávamos lendo para ter intimidade com a língua portuguesa, não fazia sentido consumir erros gramaticais.

Hoje, nossa língua sofre alterações. Novas regras. Um feito de grande valia*, uma vez que os jovens mal escrevem. E, quando teclam, usam siglas até mesmo para as palavras mais simples e curtas. Mal compreendemos o que querem dizer. Mamãe ficaria louca, tadinha...

*Estou revoltada com as mudanças na língua portuguesa. Presidente FDP... só porque não faz diferença pra ele, ele acha que não vai fazer diferença pro resto do país???

Show do bilhar


Pra quem não é fã, três idas a bares de sinuca, no período de quatro dias, são bastante. Talvez até para quem gosta de verdade.

Pois fui. Fosse por aniversário, despedida ou simplesmente para ficar entre amigos. E, como não botei muito a mão na massa (ou no taco), fiquei observando o movimento. Coisa de mulher (e de homem também, diga-se de passagem). Cá entre nós, bares desse estilo reúnem figuras, digamos, bem peculiares. E grupos idem. Mas o troféu "sem noção" foi pra uma dupla de amigas (entre si, não minhas).

A primeira trajava minissaia em xadrez, meia 7/8 preta rendada e scarpin de verniz vermelho. A segunda, mais mignon, minissaia jeans de babados e scarpin de verniz preto. A primeira jogava, debruçava-se na mesa e posicionava-se de cócoras e pernas abertas para pôr a ficha na mesa. Repito: ela trajava minissaia! A segunda desfilava rebolando por todos os corredores no salão. Ia pra lá, voltava pra cá. Não parava quieta mesmo. E rebolava tanto, que todos (e digo isso sem exageros) os olhares masculinos e femininos a acompanhavam. Eram olhares de desejo, choque, raiva, ironia, desprezo.

Confesso que não tinha reparado nas duas moçoilas logo de início, até que um dos meus amigos chamou minha atenção - e, a partir daí, foi difícil parar de notar.

V: "Dá uma olhada na meia que aquela mina tá usando". (Apontando para o alvo do comentário, que andava em meio à multidão).
R: "Não consigo enxergar. Tem muita gente no meio do caminho".
V: "Você vai ver. E diz se é ou não é meia de p***".
(A multidão se dissipou. E finalmente vi a cena grotesca.)
R: "Aff!!! Que p*rra é essa???"
D: "Viu a outra? Nunca vi alguém rebolar tanto pra andar. Deve existir alguma explicação pras duas".
R: "É... na certa, é roupa de 'trabalho'. Elas só podem estar 'a serviço', aqui".
E: "Tomara".
(Risos)

Provavelmente viraram assunto em todas as mesas. E, na certa, era exatamente o que elas queriam. Fico feliz que certas pessoas consigam atingir seus objetivos com tanto louvor. Tiro meu (Rui) chapéu pra elas.

"Padre Nosso"? Acho que não.

Minha cunhada vai se casar este ano. E, em meio a todas as decisões que ela e meu concunhado têm de fazer até lá, os dois têm feito uma verdadeira procissão em busca da igreja ideal. Algumas são pequenas; outras, grandes demais. Umas possuem decoração de gosto duvidoso; outras não têm o espaço necessário para uma pequena recepção. Até o momento, todas têm algo em comum: não são exatamente o que procuram.

Mas uma delas teve destaque. O "defeito"? O padre. Minha sogra foi conhecer o local primeiro. A resposta dele: "não falo com mãe de noiva". Ok, ok... esquisito, mas imaginamos que ele quisesse conhecer os noivos e observá-los, antes de qualquer coisa. Tá.

Segundo contato: os noivos foram sozinhos. Viram a igreja e queriam conhecer o espaço para a recepção. A resposta dele: "não tenho vontade de ir lá". Hã??? Isso foi mais um motivo de risadas, na verdade. Entendemos que ele, por ser estrangeiro, talvez tivesse empregado as palavras equivocadamente. Os noivos pegaram a chave do salão e foram sozinhos, sem "guia".

Terceiro contato: noiva, mãe, avó e euzinha. Fomos ver o espaço para ter idéias de decoração. Tudo trancado. Então, fomos falar com aquela "candura" de pessoa. A resposta? "Minha filha, tá tudo fechado. Não vou lá com você, não. Estou ocupado". Por um lado, nós até entendemos... afinal, faltavam 4 minutos para a missa (nós não tínhamos percebido). Mas... primeiro: a gente não tava pedindo companhia. Era só emprestar a chave. E, segundo (perdoem a ironia da expressão): QUE DIABOS????

Fiquei extremamente revoltada com a falta de educação daquele senhor. Mais ainda pela forma de falar. Grosseiro, ríspido, estúpido. Não tenho palavras pra denominar aquele velho mal-amado. Minha cunhada foi um doce, ouviu as respostas (ele repetiu isso e mais algumas coisas várias vezes. Teria sido mais rápido ele pegar a chave e nos entregar) e ainda respondeu com educação: "eu entendo, muito obrigada". Só não respondi à altura porque não era comigo (estou trabalhando meu estresse) e, ainda mais, porque estávamos acompanhadas de duas senhoras (que estavam afastadas e não testemunharam o fato) que ficariam horrorizadas se eu falasse daquela mesma maneira com um "homem de Deus".

Deus não dá asas a cobra, mesmo. Mas, se existe a tal justiça divina, aquele ser humano também não tem direito a um lote no céu. Ora, o fato de vestir uma batina não faz dele ninguém melhor, se ele não faz por onde. E não merece respeito, a partir do momento que ele não pratica isso com os outros. Uma coisa é acordar de mau humor vez ou outra. Outra coisa é ser estúpido todo "santo" dia. Humpf.

P.S. tudo a ver: e a Igreja Católica ainda fica se perguntando por que tem perdido sua força. Como sempre, a resposta está lá dentro.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

O cinema imita a literatura. Que imita a vida. Que imita a arte

Já fazia tempo que eu não ia ao cinema. A oferta andava tão meia-boca, que nenhum filme me inspirava gastar oito dinheiros (sem direito a pipoquinha ou Coca-Cola) pra vê-lo na telona. Então, eu fazia o que ninguém deve fazer, mas que no fim acaba fazendo: vendo piratão no sofá.

Pois eu já estava com banzo das salas de cinema, então chamei o ado pra uma sessão. A escolha demorou (nós temos gostos completamente diferentes), mas, diante de mais uma entressafra filmográfica, acabamos optando pelo pop "Marley e Eu". D ficou desconfiado... perguntou se o cachorro "falava" ou "jogava basquete"... mas, quilido, aceitou.

Um "sempre quis, mas nunca fiz" foi ler esse livro. Pra mim, ler livro - tal qual ver cinema - é sinônimo de descontração: não gosto de passar o tempo quebrando a cabeça ou tentando desvendar os mistérios da vida ou do universo. Gosto de estórias, sejam tristes ou felizes. De temas criativos. De entretenimento puro e limpo.

Pois bem. Tava afim de ler o tal; não li. Fizeram uma filmagem; resolvi conferir. E não me arrependi. Estou certa de que a versão impressa é muito mais complexa... talvez mais divertida, até. Se as versões cinematográficas baseadas em best-sellers fossem tão "redondas" como as estórias originais, elas não seriam filmes. Seriam séries inteiras. Mas gostei mesmo do dito-cujo. Owen Wilson fica bem melhor, menos pastelão. E Jennifer Aniston vive a "mulher-comum" (exceto pela incomum beleza) de sempre, sem pecar. Mas o espetáculo é o personagem do título. Os cachorros-artistas que interpretam Marley (em todas as fases de sua vida) roubam a cena MESMO. E D e eu até conversamos a respeito: não deve ser fácil adestrar cães para que eles pareçam malcriados. E o intrigante é ver que mesmo o "pior" dos cachorros inspira carinho da audiência. Diferente de criança (pentelha) espevitada.

Enfim. Ri, chorei e me entretive. E D também gostou, o que me deixou ainda mais feliz. Entretenimento light goshtojinho - especialmente aos pais de cachorros, como eu.

P.S. nada a ver: tô aguardando ansiosa por "O Curioso Caso de Benjamin Button". E hoje estréia "A Troca". Detalhe: Jennifer Aniston > Brad Pitt > Angelina Jolie. O velho triângulo continua ativo...

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Baixa resolução

Começo de ano é sempre muito parecido. Ainda mais no que diz respeito a planos, metas, promessas. Eu me sinto um pouco como aqueles comerciais da Globo ou do SBT, que, no início do ano, prometem uma "renca" de programas, séries e filmes maravilhosos, que dizem que passarão durante o ano, e que, no fim, realizam apenas 30% do que prometeram.

Pois é. E eu tô nessas de novo. Plano pra isso, pra aquilo... meta de emagrecer tantos quilos, voltar a estudar em tanto tempo, guardar "tantos dinheiros". E o engraçado (ou será trágico???) é que as resoluções são praticamente as mesmas, todos os anos. Será que em 2009 eu consigo? Ou será que vou ter síndrome de Globo de novo???

P.S. tudo a ver: no fim do ano eu retorno a este post... pra ver se vai ser a mesma coisa, mais uma vez.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

About sax


Ontem, conversávamos sobre a nossa reuniãozinha musical ("sambatame", né, D???), na qual vários amigos vieram comemorar o aniversário de D+D=54, munidos de batuques, violas e afins. E sobre como foi divertido, muito divertido. Com direito a um songlist eclético (de Falcão a Demônios da Garoa), como poucos sabem e/ou gostam.

D1: Pena que T não veio... seu sax fez falta...
E: Meu bem, T não toca saxofone.
D1: Toca, sim. Aquele instrumento é um sax.
D2: Verdade. Aquilo é um sax soprano.
E: É mesmo? Não sabia... então tem "soprano", "cuspino"... (risos)
R: ... tem "puxano", "fungano"... (risos)
D1: (risos) Pois é, existem saxofones de vários tipos. Aquele do T, parecido com uma clarineta, é soprano. E há aqueles com formato de cachimbo...
R: Ih!!! Então esses são os "fumano"!!!!

Eta, besteirol...
A gente é pobre, mas se diverte! E com música de qualidade...!

(Ainda) Em tempo: "felizes aniversários" pro ado, cunh-ado e sogrita!!!! Amocêis!

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Dia inútil

Dia dois de janeiro. Primeiro dia útil no ano. Cá estou eu, há quase duas horas no trampo, na companhia de duas colegas. Dia dois, com duas colegas. Por que será que acho que fomos abandonadas???

O lado positivo (sim, estou exercitando uma filosofia Pollyanna. Tipo "resolução 2009") é que, depois de um feriado, sexta-feira é o melhor dia para se trabalhar. Porque depois vêm o sábado e o domingo. Mais dois dias de descanso.

P.S. tudo a ver: eu achava que a semana ia ser longa. Eu me enganei. Ainda bem.