quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Hoje só acaba no ano que vem

Hoje o dia vai ser longo.

Cheguei no trampo às 7h56 e só Deus sabe que hora sairei. E, quando digo isso, não tô exagerando: eu vou literalmente virar o ano trabalhando. Hoje só acaba amanhã. Ou, nesse caso, no ano que vem.

Maaaaaaaaaaaas... não é porque eu não vou fazer o que gostaria, que o resto do mundo não merece. Então.................................... FELIZ ANO NOVO, pessoas!!! Comam muito, bebam bastante... e chamem um táxi pra voltar pra casa, porque com certeza vai rolar blitz. E tenho a impressão de que os guardas em plantão não estarão de muito bom humor.

Abraço!!! Até 2009!

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Bis e pipoca

Tem horas (e muitas, por sinal) em que, mesmo em meio a dezenas de canais disponíveis na TV paga, a gente não consegue encontrar nenhum programa interessante. A pessoa tá lá, deitadinha na maior preguiça... e não tem absolutamente nada inédito para se ver. Aí, o melhor na vida são os canais de filmes.

Nesses casos, zapeio, zapeio e muitas vezes acabo optando por um filme que já vi 3.000.000 de vezes. Ora, não tem gente que compra DVDs a torto e a direito? Bem, eu não me aplico a esse grupo "gastão"... mas, se a história é boa, gosto de revê-la várias vezes, sim. Pior: rio das mesmas piadas e choro com os mesmos dramas. Só não tomo os mesmos sustos, porque aí já é demais, né? Mas assumo sem o menor pingo de vergonha: sou devoradora assumida de produções hollywoodianas e afins. Nada a ver com a qualidade do filme; a verdade é que muitos deles, mesmo ruinzinhos, são deliciosos e pedem replay. Outros são bons, mesmo, e aí é que merecem ser revistos de verdade.

Eu gosto de todos os gêneros (como dizia meu chefe L: "isso não é ser eclética. É não ter gosto algum". Hahahaha...). Mas a escolha do repeteco depende muito do estado de espírito na hora. E, pra todos os efeitos, existem títulos que não me cansam nunca (reparem como adoooro chorar...):


Chororô e/ou Água com açúcar
Adoráveis Mulheres (1994); À Espera de Um Milagre (1999); Alguém Como Você (2001); Amor Além da Vida (1998); A Casa do Lago (2006); O Casamento do Meu Melhor Amigo (1997); Cidade dos Anjos (1998); De Repente 30 (2004); Dirty Dancing - Ritmo Quente (1987); Doce Lar (2002); Encontro Marcado (1998); Uma Equipe Muito Especial (1992); O Homem Bicentenário (1999); Jerry Maguire - a Grande Virada (1996); Lado a Lado (1998); Lendas da Paixão (1994); Um Lugar Chamado Notting Hill (1999); Melhor É Impossível (1997); Mensagem pra Você (1998); Meu Primeiro Amor (1991); Razão e Sensibilidade (1995); Sabrina (1954); E se Fosse Verdade (2005); Sintonia de Amor (1993)

Investigação e/ou Suspense
A Assassina (1993); O Colecionador de Ossos (1999); Identidade (2003); Seven - os Sete Pecados Capitais (1995); O Sexto Sentido (1999); Os Suspeitos (1994)

Saco de risadas e/ou Besteirol
Aperte os Cintos... O Piloto Sumiu (1980); Corra que a Polícia Vem Aí! (1988), 2 1/2 (1991), 33 1/3 (1994); A Era do Gelo (2002); Loucademia de Polícia (1984), II - Primeira Missão (1985), III - De Volta ao Treinamento (1986); Madagascar (2005); Procurando Nemo (2003); Shrek (2001), Shrek 2 (2004)

NDA
O Diabo Veste Prada (2006); Forrest Gump - o Contador de Histórias (1994); Os Goonies (1985); Um Sonho de Liberdade (1994); X-Men (2000), X-Men 2 (2003) e X-Men: o Confronto Final (2006)

Cebolinha às avessas

Como paulista que sou, arrasto o "r" sem perceber. Lembro-me de quando era mais nova... saía de férias e pegavam no meu pé porque eu falava "porhhhhhta" (com "r" arrastado, "agargantado"). E, de volta ao quadradinho, era sacaneada porque eu dizia "pórita" (com "r" puxado, falado com a língua dobrada pra cima).

Tadinha de mim... tinha dois sotaques e nenhuma identidade. Ou seria dupla identidade?



P.S. tudo a ver: D, só poriquê você fica pegando no meu pé...

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Contagem regressiva


Fim de ano é assim, mesmo: zilhões de compromissos, muitos abraços, muitos beijos. E muito trabalho pros orêia!
Cá estou eu, solitária no trampo. Cheguei no horário e nem sei pra quê. A semana vai ter três dias e meio. Mas, ainda assim, sinto que ela vai ser looooooooooonga...

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Matemática natalina

Mais do Natal na Esplanada.
Eu passava pela decoração natalina, quando escutei de uma menina de cerca de nove anos que acenava feliz: "tchau, sete anões". Quando me virei para o cenário ao qual a pequena se referia, vi duendes na fábrica de brinquedos. Duendes de Papai Noel. E eram cinco, não sete.

Sendo assim, vamos raciocinar juntos, amiguinhos.
Se...
5 duendes = 7 anões
e
1 Papai Noel = 1 Branca de Neve,
quem puxa o trenó???

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

O fuscão virou créu


Mais uma da sessão nostalgia: quando eu era pequenininha ("lá em Barbaceeeena..."), aprendi com a Nivalda, a moça que trabalhava lá em casa, a música "Fuscão Preto". De cabo a rabo, com todas as palavras e refrões em seus devidos lugares. E tinha a mania feia de ficar esbravejando essa belíssima música pelo quintal. As vizinhas, tia Marlene e tia Marlene (sim, nossas duas vizinhas eram xarás), ficavam horrorizadas e iam falar com mâmis: "Fala com a Nivalda pra não ficar ensinando essas pornografias pra ReMoTinha...".

Aquilo era "pornografia". Mas minha mãe só ria, e respondia que eu era muito pequena e nem sabia o que tava dizendo (ou gritando, como era o caso...). Óbvio que era verdade. Com (cinco) três para quatro anos, eu não sabia e não tava interessada no conteúdo.

Naquela época, "bem vestida igual a dama da noite / cheirando a álcool e fumando sem parar" era a maior pouca-vergonha musical que podia haver. Hoje, a criançada se esbalda com "na sua boca eu viro fruta / chupa que é de uva" ou "procura a profissional, meu mano / que ela sabe o que faz". E não basta ouvir e cantar; tem que dançar a coreografia, também. Maaaassa... e ainda tem gente que critica a Xuxa e os Backyardigans.

Esses pequenos também não sabem o que dizem. E provavelmente não se lembrarão dessas "melodias" no futuro. Mas não vou mentir: que choca, choca...

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Vai uma aí, Senhor???

Estávamos lá, na Esplanada, aguardando a inauguração da Vila do Papai Noel e etc. Com direito a ataques de risadas, que era pra não chorar. Acompanhando a comitiva "baba-ovo + imprensa", nosso grupinho de três (ou seria um trio???) parou em frente à encenação da Anunciação.

Gabriel, o anjo-de-peruca-amarela, falava em tom abafado a Maria. Em meio ao blablablá que a gente não ouviu completamente, ele termina uma frase...

Gabriel: (...) a serva do Senhor...
R: HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA...
Rq: O quê?
R: A serva do Senhor!!! A "cerva"!!!
Rq: HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA... mas eu pensei que fosse vinho...

É. Definitivamente, meu lotinho no céu já deve ter sido remanejado.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Papai Noel de verdade


Não me lembro de ter acreditado em Papai Noel na minha infância. Minha irmã me disse que, quando morávamos em SP, papai e mamãe colocavam nossos presentes no pé da cama, na manhã de Natal. Mais uma prova de que minha memória não funcionava aos quatro anos.

Pois é, mas, fora Noel, isso não tem nada a ver com o assunto do post. É só porque eu queria escrever isso de alguma forma. Hahaha...
Até há pouco tempo, eu não me importava muito com o bom velhinho. Mas, de uns anos pra cá, ganhei sobrinhos tortos e comecei a bancar Titia Noel. Minha "responsabilidade" nesse papel, além de reservar meu 13º para os presentes, é de prestar atenção nos "Papais Nóeis" dos shoppings da cidade, pra saber se eles valem a pena pra, quem sabe, levar os piquititos pra tirar fotinha.

Sim, porque muitas vezes os shoppings pecam. E pecam FEIO. Pelamordedeus, às vezes até eu tenho medo de olhar pra aquelas figuras de roupa de cetim vagabundo com enchimento torto e barba acrílica!!!! Tadinhas das crianças, porque ninguém merece ter que sentar no colo daqueles monstros...! E, se você reparar bem, vai perceber que muitas crianças choram na hora da foto. O pai ou mãe moooorre de vergonha porque o pimpolho fica lá, aos berros, atrasando a fila de crianças... e, na verdade, devia mesmo era se envergonhar de obrigar o filho a passar por aquele tormento.

Fico feliz, mesmo, quando vejo que houve cuidado em contratar alguém mais fofo. Fofo, mesmo, daqueles cúti-cúti. Bons velhinhos (repito: VELHINHOS), veridicamente barrigudinhos, com barba branca e oclinhos na ponta do nariz. E bonzinhos, é claro, como manda o figurino. Do jeitinho que Thomas Nast criou e a Coca-Cola difundiu.

Em tempo: ontem teve caravana Coca-Cola na Asa Sul. Com direito a Papai Noel (do estilo medonho... mas até simpático, dançando conforme o jingle) e urso polar. Que "gaxinha"!!!!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Você é o que você come?


Depois de um almoção no Mangai (feliz aniversário, Rufs e V1!!!), a barriga pesa... e, nessa preguicinha sem direito a sesta, cá estou eu, pensando em tudo o que meu heróico estômago digeriu no fim de semana.

- Pipoca de pipoqueiro (com direito a pipi cor-de-rosa depois!!!);
- pernil com paçoca;
- salgadinhos de casamento;
- yakissoba;
- gelatinas (tinha até azul...);
- 2 bolos de aniversário com sorvete;
- docinhos de aniversário;
- carne de panela;
- feijão tropeiro;
- curry;
- tempurá.

Dizem por aí: "você é o que você come". E eu devo ser, mesmo. Uma farofa.


P.S. tudo a ver 1: que dieta, o quê......... deixa isso pro ano que vem...!
P.S. tudo a ver 2: depois, reclama que tá passando mal... por que será???

Imagem: "O Garfo", de André Kertész

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Conhece a do papagaio?


V1 e eu conversando na hora do almoço... quando, não mais que de repente, surge um comentário de V2...


V1: "Meu papagaio morreu."
R: "Pôxa, que triiiiiiste... qual era a idade dele?"
V1: "Dois meses."
R: "Nossa... muito novinho... tadinho..."
V1: "Poizé. Minha cachorra também morreu esse ano."
R: "Caracas, V1! Que ano maldito pra você, heim???"
V1: "Poizé."
...
(Não sei bem por quê, nem me lembro como, mas a conversa se encaminhou para a fofoca: o tal ex-marido daquela atriz)
...
V1: "E o tal cara... eu acho que foi encomendado, heim..."
R: (risos) "Você acha que foi morte matada, é?"
V1: (risos) "Acho, sim."
R: (mais risos) "Como que foi? 'Batizaram' a cocaína dele???" (muitos risos)
V1: "É!!! Acho que colocaram pó de mármore!!!" (risos permanentes)
R: "Ou então... foi cicuta... hahahahahaha! Ai, ai, eu não vou mesmo pro céu."
V2 (que tava na sala e não pôde deixar de ouvir a conversa): "Ai, gente, que maldaaaaaaade................" (muita tristeza no coração)
V1: "O quê?"
V2: "Tadinho... não falem assim..."
R: "De quem?"
V2: "Do papagaio, oras..."
(muitos, muitos risos e gargalhadas de V1 e R)
R: "A gente tá falando do cara, V2!"
V1: "É, ué! Meu papagaio não 'cheirava', não!!!"
(risadas triplas)

Moral da história: o bebê papagaio merecia compaixão. Já o outro... sei, não. Mas... que descanse em paz, vá. Whatever.


P.S. tudo a ver: Quelzinha, só porque você se amarrou na história... hahaha!

Passando mal de rir


Rir é tão bom!
É um dos poucos "contágios" que valem a pena.
A única dor de barriga que a gente quer compartilhar.
O "passar mal" que a gente gosta de sentir.
O "barato" que independe de tóxicos.
A energia boa que vem de graça.
O escândalo que ninguém reprime.
A algazarra mais divertida entre amigos.

Rir é muito bom! E em grupo é melhor ainda...!
Bom fim de semana pra tudumunduuuuuuuu!!!!!!!!!!!!!!!

P.S. tudo a ver: nosso amigo secreto foi muito divertido. E a marmelada (que juramos: não foi proposital MESMO!!!) foi engraçada demais.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

"Então é Natal... e o que você fez?"

Entro "naquela" loja de departamento. E lá vem aquela musiquinha da Simone que acho que nem ela agüenta mais: "Éntãum é Nataaaaaaal... e o que você feeeeez?". Dois pensamentos vêm à cabeça:

1º: O que eu fiz? Não sei, não interessa e isso não é pergunta de Natal. É de Ano Novo, oras...

2º (e mais importante): Coi-ta-di-nhos dos funcionários da rede!!!! Imaginem que eles são condenados a ouvir essa e outras músicas temáticas TODOS OS DIAS, o DIA INTEIRO, desde OUTUBRO (sim, eu ouvi Jingle Bells e genéricos numa das filiais logo após o Dia das Crianças). Não é à toa que vive tendo gente em treinamento ali... porque deve ter muuuuuito pedido de demissão (com direito a insalubridade) nessa época do ano.
Pensem bem: são três meses... TRÊS MESES ouvindo musiqueta natalina. Quando eles dizem que têm o "MAIOR Natal do Brasil", eles estão falando sério mesmo. Mas tudo bem. Em janeiro deverá começar a "maior Páscoa do mundo". Hahahaha!!!

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Com um pezinho no FDS


Não sei quanto a vocês, mas, quando eu acordo na quinta-feira, geralmente estou bem-humorada. É a proximidade do fim de semana que dá um up no astral, até mesmo em semana de TPM...

Já começo a sonhar com a sexta à noite. Com o sábado à tarde. Com o domingo de manhã.
Ai, ai... pena que as horas demooooram a passar... =)

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Cantinho da amizade

Um dia desses, um amigo me perguntou se eu poderia apresentar a ele uma amiga solteira. Respondi que ele conhecia todas as minhas amigas solteiras, e ele não acreditou. Foi fuçar meu orkut pra "pesquisar". A partir daí, foi um carnaval de: "Fulana?" "Não a vejo há muito tempo"; "Sicrana..." "Não tenho notícias". No fim, ele se deu por vencido e percebeu que eu não tava "escondendo" minhas amigas. Na realidade, muitas estavam mais para "conhecidas".

Isso me fez pensar em amizade.

Até há pouco tempo, eu tinha uma certa mania de eleger "melhores amigos". Não que eu apontasse pra alguém e resolvesse: "é ele(a)!". Acontecia naturalmente, sabe? Era aquele alguém com quem eu conversava sobre tudo, compartilhava histórias, aprontava um monte. Que mantinha contato praticamente todo dia, mesmo sem ter novidades pra contar. Houve fases em que o "melhor amigo" era um grupinho de quatro ou cinco mosqueteiros. Houve melhor amigo e melhor amiga. Já briguei feio com melhor amigo. Já beijei melhor amigo. Já sofri e me alegrei com melhores amigos. Já perdi melhores amigos pela distância. Já tive melhores amigos que se tornaram conhecidos. E vice-versa.

Todos esses, como outros tantos, fazem parte de minha vida. Alguns se perderam no passado. Outros foram reencontrados no meio do caminho (aliás, o orkut foi essencial em muitos desses casos). E outros permaneceram próximos o tempo todo; quase irmãos. Hoje, não tenho "melhores amigos". Só amigos, mesmo, sem hierarquia. Até porque amizade não tem melhor, nem pior. Ou é, ou não é.

Minha amiga L brinca que conheço todo mundo. Meu amigo N reclamou das minhas trocentas páginas no orkut. E agradeço por ter todas essas pessoas em minha história. Mas, acima de tudo, agradeço a quem não faz parte apenas de uma lista. Pertence ao meu coração.

P.S. tudo a ver 1: só pra constar... não, não estou deprimida. Mas às vezes faz bem extravasar (é, ainda não sei como se escreve isso. Prometo procurar num dicionário) os bons sentimentos, também. =)
P.S. tudo a ver 2: eu já tava pensando em escrever algo do gênero há um tempinho. Resolvi de vez porque esta semana está sendo nostálgica. E hoje reencontrarei um desses "melhores amigos" depois de vários anos sem a gente se ver. Aliás... beijo, migo B!

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Dá-lhe SACo...

Há alguns dias, admiti aqui que sou estressadinha. Que isso é fruto da vida moderna, blablablá. E se tem uma coisa que me tira do sério é ser mal-atendida. Isso se aplica em todo tipo de serviço; desde o atendente em SAC (que deveria se chamar "SACo", de tanta encheção...) até o gerente de um restaurante. Em meio a tantos investimentos quanto à tecnologia, às facilidades de pagamento, ao conforto do cliente... eu, como consumidora, percebo que o atendimento é negligenciado.

Pode me chamar de dramática, ou até fresca, mesmo. Não ligo. Mas, quando entro num estabelecimento comercial, o mínimo que espero é ser bem-acolhida. Afinal, parte-se do princípio que eu tenho a intenção de consumir. Ok, eu sei que se "caroça" (= ficar "bizoiando" tudo e não levar nada) muito. Mas e daí? A gente tem que olhar as coisas antes de se decidir, ué. E o atendente não deve supor que a pessoa vai ou não vai levar nada só de olhar pra ela.

Não me encaixo no padrão de beleza comum: sou gordinha, japa e de estatura média. Muitas vezes saio de casa arrumada, e outras, mulambenta. Isso não significa que sou rica ou pobre. E, mesmo se significasse, não justifica ser olhada de cima a baixo por um(a) vendedor(a)zinho(a) de nariz empinado para, então, ele(a) decidir se deve ser simpático(a) ou não com a minha pessoa.

Se, após essa "triagem", eu começar a ser maltratada, eu me estresso, sim. Até porque isso magoa, e muito. Ora, eu não preciso estar em forma ou com minha melhor roupitcha pra poder comprar. E o vendedor não precisa ir com a minha cara pra me atender bem. E, dependendo do nível da má educação, registro reclamação, chamo gerente, faço um carnaval mesmo. Porque não adianta a gente ficar p... da vida por alguma coisa e não repassar a informação. A empresa precisa saber que tipo de imagem passa ao consumidor por meio do atendimento.

Ainda existem os casos avessos, de "atenção em excesso", em que a gente chega numa loja e pede, por exemplo: "um sapato preto de bico fino". E, por não possuir tal produto ou similar, o atendente vem com milhões de opções nada a ver, desde sandália amarela até tênis roxo. Até aí, tudo bem... vai que o cliente se interessa por algum deles? Mas depois a gente fala "não, obrigada, eu vou procurar o tal sapato, mesmo..." e o cara começa a empurrar todas as opções dele, dizendo que dá pra usar com tudo, que tá barato, que tá na moda porque fulana na novela usa, que divide em várias prestações, e por aí vai. E continuamos negando e agradecendo, tentando nos desvencilhar do pentelho e atingir a porta da rua. E o cara começa a ficar nervoso, cada vez mais agressivo, chegando a fazer careta e resmungar quando a gente conquista a liberdade fora da loja. Nesses casos, eu fico mais do que revoltada. Fico com medo, muito medo. E é claro que, caso um dia eu venha a procurar o tal tênis roxo que eu sei que o lugar tem, eu vou repensar - e muito - se volto a entrar naquele manicômio.

Eu sou consumidora chatinha mesmo; já deu pra perceber, né? Mas em "chatinha", também inclui prestar atenção nos preços, fazer pesquisa, reparar na validade. No supermercado, o que mais acontece é produto passar no leitor de preços com valor superior ao da prateleira. Já conversei com muita gente sobre isso, e percebo que pouca gente tem esse cuidado (ou seja: pouca gente chegou a esse nível de loucura...). Mas, acreditem: acontece, e muito.

Praticamente toda vez que vou ao mercado tem algum produto com preço errado. Geralmente são ofertas recém-remarcadas, cujo preço não foi alterado no sistema. Pacote de biscoito anunciado por R$0,87 e registrado no caixa por R$1,30. Já tive experiências em que a diferença passava dos 150%. Tudo bem, errar é humano. Mas aí começa a penitência: eu digo, educadamente (sim, sou nervosinha, mas mamãe e papai me deram educação), que o preço está errado. Aí o caixa fecha a cara, aperta um botão inútil e espera o "responsável". Este tal demora 20 min pra vir atender à solicitação e mais 1h30 pra verificar o preço. Volta numa má vontade imensa, joga o tag com o preço certo no balcão, digita a senha pra dar o "desconto" (sim, a diferença entre o preço mentiroso e o preço real é chamado de "desconto"), vira as costas e sai. Não tem um "desculpe o incômodo", "obrigado", "vamos arrumar o valor no sistema" ou nada parecido. Quando muito, um "humpf". Ô, educação...

É claro que há exceções no atendimento malconduzido. Percebo, por exemplo, quando alguém está sendo treinado e, por isso, encontra-se nervoso ou "perdido". Nessas horas, sou um poço de paciência, até porque sei que esse momento não é fácil. Não bastasse a pressão de estar aprendendo um novo ofício, ainda há o cliente na cara dele pra ficar apressando. Às vezes, tento acalmar essa pessoa, dizendo que não precisa se apressar por minha causa, que ela pode ficar tranqüila, e tals.

Beleza. Isso tudo em lojas físicas. Daí, a gente passa pra outro nível de estresse: atendimento por telefone ou internet. Ai, minhanossinhóra... HAJA PACIÊNCIA!!! O que deveria ser mais prático ou inteligente acaba, na verdade, dando uma baita dor de cabeça. Fora os gerundismos clássicos e as musiquinhas de elevador (ou de caminhão de gás) que os call centers insistem em utilizar, o treinamento mínimo a que esses profissionais são submetidos leva seus clientes à loucura.


E, quando digo loucura, falo sem exagero. É quase impossível não sair do sério quando se trata de resolver alguma coisa pendurado no telefone. Funcionários despreparados e seus scripts chinfrins nos torturam de um atendente ao outro. Sim, porque não basta ser mal-atendido por um. Tem que ser jogado pra lá e pra cá como se fosse batata quente. Eu já ouço falar de uma tal norma ou lei que limita o tempo de atendimento e resolução do problema nesse tipo de serviço. Que também limita o número de menus por que a gente percorre nessas ligações ("se for isso, tecle 1"; "se for aquilo, tecle 2"...). E que não pode mais acontecer aquela ladainha de ficar repetindo o problema 500.000 vezes, mesmo a atendentes diferentes (pelamordedeus... por que é que esse povo digita tanto e pede "um momento, por favor", se não para anotar o que estamos solicitando????). Mas, até agora, não vi resultado algum. Na verdade, tenho quase certeza de que a situação só piora, e em progressão geométrica. E muitas vezes não é culpa do coitado do atendente que ouve a pagação de sapo. É da empresa, que não dá valor a esse canal de atendimento e não pensa direito na lógica de seu sistema. Não investe no treinamento. E dá com os burros n'água, por coisa à toa.

Bom, mas se roteirinhos prontos já são ruins tête-a-tête, via telefone, eu considero ainda mais grave quando se trata de e-commerce. Já tentaram fazer reclamação ou ELOGIO por e-mail ou SAC online? Sempre vem aquela resposta "genérica", tipo: "sua solicitação está sendo analisada". Sem dizer qual é a tal solicitação ou a quem se remete. Podre. Pior: essa respostinha ridícula não é nem automática e ainda demora diiiiiiias pra chegar. O resultado dessa tal análise? Bem, pra mim isso é lenda urbana.

Não sou rica, muito pelo contrário. Mas trabalho duro e recebo meu "trocadinho", que gosto de gastar quando posso. Em meu serviço, tento atender às pessoas da melhor forma. Acho que não é exigência demais esperar o mesmo quando eu vou pro outro lado da negociação e me torno a cliente, é? Não é questão de luxo. É respeito.