quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

O fuscão virou créu


Mais uma da sessão nostalgia: quando eu era pequenininha ("lá em Barbaceeeena..."), aprendi com a Nivalda, a moça que trabalhava lá em casa, a música "Fuscão Preto". De cabo a rabo, com todas as palavras e refrões em seus devidos lugares. E tinha a mania feia de ficar esbravejando essa belíssima música pelo quintal. As vizinhas, tia Marlene e tia Marlene (sim, nossas duas vizinhas eram xarás), ficavam horrorizadas e iam falar com mâmis: "Fala com a Nivalda pra não ficar ensinando essas pornografias pra ReMoTinha...".

Aquilo era "pornografia". Mas minha mãe só ria, e respondia que eu era muito pequena e nem sabia o que tava dizendo (ou gritando, como era o caso...). Óbvio que era verdade. Com (cinco) três para quatro anos, eu não sabia e não tava interessada no conteúdo.

Naquela época, "bem vestida igual a dama da noite / cheirando a álcool e fumando sem parar" era a maior pouca-vergonha musical que podia haver. Hoje, a criançada se esbalda com "na sua boca eu viro fruta / chupa que é de uva" ou "procura a profissional, meu mano / que ela sabe o que faz". E não basta ouvir e cantar; tem que dançar a coreografia, também. Maaaassa... e ainda tem gente que critica a Xuxa e os Backyardigans.

Esses pequenos também não sabem o que dizem. E provavelmente não se lembrarão dessas "melodias" no futuro. Mas não vou mentir: que choca, choca...

Nenhum comentário:

Postar um comentário