segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Segunda-feira sem-graça

Setembrochove. Ha-ha-ha-ha-ha.............. (aiquebesta!)

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Literalmente do baú

No meio da bagunça, das caixas e dos baús, encontrei uma tirinha que eu cheguei a plastificar, anos atrás:


Adoooouro Níquel Náusea!

Então, aí vão mais algumas...








Um (não tão) leve desabafo

Sabe quando a gente muda de casa, corta o cabelo, dá uma inovada em qualquer aspecto na vida e só vê o lado bom de tudo??? Pois bem... pra essas horas, sempre tem alguém (e nesse "alguém", refiro-me a vários "alguéns") que gosta de jogar areia.

Casa nova? "Ih, mas que lugar LONGE, heim???" ou "nossa... exercite a PACIÊNCIA, você vai lidar com TAAAANTO congestionamento!" ou "ai, mudança é sempre um SACO!". Cabelo novo? "Ah, mas o seu cabelo era TÃO bonito..." ou "cabelo CRESCE de novo, né...". Cachorro novo? "Nossa, eu ODEIO cachorro... gato é bem melhor." ou "essa raça solta TANTO pelo!" ou "seus vizinhos é que não vão ficar felizes com os LATIDOS...".

Pô, que BAIXO ASTRAL!!! Eu entendo que amigos devem ser honestos, mas de vez em quando uma palavra (também) amiga vai bem, saca? Ultimamente tem acontecido muito... e eu percebo que, em tempos difíceis, é mais fácil incorporar o pensamento coletivo da negatividade.

Passar por esse tipo de situação tem me feito lembrar de um caso que aconteceu comigo na adolescência. Fui dormir na casa de uma amiga, que também tinha convidado uma outra menina. Minha amiga viu meu sutiã e se surpreendeu, num ato de curiosidade inocente: "nossa, você tem peito pra tudo isso?" (sim, eu sou uma japonesa "de peito"... e, na época, não me orgulhava disso - ao contrário de hoje). Envergonhada, respondi baixinho que sim. A outra menina, despeitada (olha o duplo sentido aí!) comentou: "é... peito grande cai mais cedo". Oi?!?!?!? Clássico caso de maldade pura e simples.

Isso foi um episódio bobinho, mas confesso que me fez sentir mal por muito tempo - me achava feia, gorda, sem-graça. Não é por acaso que, 15 anos depois, eu ainda me lembre claramente daquilo. Demorou, mas consegui mudar minha auto-percepção. E hoje eu tô nem aí se sou isso tudo (ou se meu peito caiu). Sou mais eu.

O fato é que mesmo os comentários mais inocentes (ou, pior, não tão inocentes assim) podem causar impactos imprevistos. Já ouviram falar na força da palavra? Pois é, ela existe.

Perdi o fio da meada, né? Então... voltando à moral da história: ok, falar a verdade é importante e tals. Ninguém quer ser enganado o tempo todo, ainda que a intenção seja boa. Mas, gente... só cuspir maldade é exatamente isso: MALDADE!!! Let's see the bright side of things, shall us? E mais: let it be, gente!

Pronto, falei!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Despedida


... Lembrando a cena final, em que ele realizava seu sonho - e se despedia - pegando "a" onda.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Pra posterizar


Na loja de bijuterias, a cliente chique pede à atendente: "Quero ver aquele colar de stress ali da vitrine..."

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Pra posterizar

Sei que é feio e mamãe-não-me-ensinou-assim, mas eu A-DOOOW-RO curiar conversa alheia em algumas situações na rua. São zunzuns e assuntos que ouço no elevador, escada rolante, ônibus, metrô etc, quando estou, mesmo que por poucos instantes, confinada em um ambiente com os interlocutores da conversa.

Não que eu fique de parabólica, sintonizando os assuntos. Mas porque, tais como eu, pessoas na rua geralmente não sabem manter o papo em um volume, digamos assim, intimista. Falam alto pacas, fazendo com que eu (na falta de um iPod acoplado no cérebro) acabe tendo que participar.

Mas o meu gosto pela coisa não é tanto pela bisbilhotice. É só porque, na maioria dos casos, escuto uma pérola napoleônica. E, nas horas em que essas declarações do tipo troféu abacaxi surgem, eu tenho que explorar a veia cínica de não-ouvi-nada-não-sei-de-nada pra não desabar no riso ali mesmo, na cara do(a) coitado(a) que está falando.

E, pra não deixar essas "oportunidades" passarem em branco, vou tentar "posterizar" essas (in)felizes afirmações aqui.


1. No metrô, em uma (séria) conversa sobre política, a mocinha diz a dois colegas: "... o Lula está ótimo. Na primeira gestação, não deu pra fazer quase nada, mas, agora..."

2. Na feira, um comerciante discutindo energicamente com o outro: "... nesses anos todos, eu nunca faltei com o desrespeito com ninguém!!!"


P.S. tudo a ver: Eu mesma, claro, também dou umas mancadas feias de vez em quando. Ainda bem que a gente existe pra alegrar a vida dos outros... rs!

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

A natureza se manifesta


Terremotos, tornados, enchentes, seca, epidemias... onde foi parar o Brasil? O que estamos fazendo com o mundo???

Crédito da imagem: www.chudtsankov.com

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Família de brasiliense

Em Brasília, as pessoas têm mania de, mesmo com 30 ou 40 anos na cara, chamarem os pais dos amigos de "tios". Não sei de onde veio essa tradição infantil, nem como surgiu, mas isso é fato. Perguntem a qualquer brasiliense, e ele confirmará.

Eu já não faço mais isso. Fazia, sim, até míseros e poucos anos atrás (apesar de, quem eu conheci até essa época, eu continuar chamando de "tio" ou "tia". Afinal, costume é costume, oras...). Mas agora, confesso, fico meio sem jeito. Chamo de "Sêo" Fulano; "Dona" Sicrana. Até com meus sogros faço assim. É que, mesmo tendo o maior carinho por eles, fico com a sensação que usar "tio" ou "tia" seria falta de respeito. É, eu sou uma candanga paraguaia.

Pois hoje eu estava papeando com minha amiga Quel. E ela comentou sobre como adora "roubar" os avós alheios. E, pensando bem, eu me dei conta: eu também!

Dos amigos japoneses, chamo os avós de "batian" e "ditian". Quando eu ainda era adolescente, uma amiga até brincou comigo, quando eu falava de uma conversa com sua avó: "peraí, mas essa batian é minha, não sua!". E até da família do meu namorado: ao mesmo tempo em que chamo meus sogros por seus nomes, por outro, a avó do Dan não é "Dona". É simples e carinhosamente "vó".

E, pensando mais bem ainda, percebi além. Eu não faço isso só com os avós. Faço com a família inteira de muita gente amiga. Mesmo chamando-os pelo nome, adoto os pais dos mais íntimos como tios. Como se esses meus amigos fossem primos e eu fizesse parte de uma imensa família. Adoto os filhos de pessoas queridas como meus sobrinhos. E, como eu já disse antes, viro tia, mesmo, de mimar e também dar bronca.

Quando digo tudo isso, não estou exagerando. Perdi as contas de festas de fim de ano, aniversários, dia das mães, dos pais, ou das crianças e o diabo a quatro que passei na casa de amigos, "emprestando" suas famílias e comemorações. Festas íntimas, familiares, que tinham os devidos parentes... e euzinha. E que fique bem claro: sempre fui/vou como convidada!

Acho que, se, por um lado, Brasília já dá asas a esse tipo de relação, por outro, também pesa a falta de ter familiares por perto. Meus irmãos e eu vivemos desde a infância longe de qualquer parente e, quando meus pais voltaram para SP, ficamos só nós três. Desde sempre, fizemos de nossos amigos nossa família de coração, mesmo.

O fato é que, independente de motivos, nós fomos (e somos) felizes com as nossas escolhas. Porque sabemos que esse amor vem da mesma forma que vai.

P.S. tudo a ver: na foto, The Brady Bunch - família grande, misturada e feliz.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

De dentro

Há fatos, coisas, momentos e pessoas capazes de marcar uma vida. Às vezes, uma simples frase dita (ou não dita) fica presa na lembrança para sempre. Ou nos fazem mudar sem nem percebermos.

Nunca vou me esquecer, por exemplo, do jeito que minha mãe ligava pra gente toda terça-feira, lá do Japão. Foi um ritual que ela criou nesse dia específico, porque era quando ela folgava no trabalho. Muitas vezes, não havia nada a dizer. Ela só queria nos escutar. Antes, quando ela e papai ainda estavam em São Paulo (e nós em Brasília), eram os domingos. Os assuntos eram variados, e nessas conversas houve choros e risos. Houve revelações. Houve fofocas. Houve confidências. E, principalmente, houve bate-papos inocentes e despretensiosos.

Quando papai ligou em casa numa quarta-feira à noite, eu respondi feliz (e ingênua).

- Oi, pai! Tudo bem?
- Tudo nada, filha. Sua mãe tá no hospital.

Meu mundo desabou. A notícia do derrame me esmagou. Eu não sabia o que pensar e comecei a chorar, só de sentir o desespero do meu pai. Ele, sozinho no hospital, esperando notícias da esposa desacordada. No outro lado do mundo, eu, sozinha em casa, queria virar vento pra abraçá-lo.

Ele desligou o telefone e eu me encolhi. Minha irmã estava na Dinamarca; tinha viajado dois dias antes para o casamento de sua amiga. Meu irmão estava na rua e eu não tive coragem de dar a notícia pelo telefone, porque sabia que ele se exaltaria. Eu não achava prudente que alguém que sofresse como eu estava sofrendo dirigisse sozinho de volta para casa. Então esperei. E, algumas horas de lágrimas depois, ele chegou.

E eu contei. E ele me abraçou. Como há muito não fazíamos, pela natureza de nossa relação. Então, depois de vários minutos chorando juntos, resolvemos ligar para nossa irmã. Ainda bem que ela tinha uma irmã de coração em quem se apoiar, também.

No dia seguinte, como que por milagre, mamãe acordou. E sofreu sua primeira cirurgia craniana.

Depois de um tempo, ela foi se recuperando. No decorrer dos meses, voltou a conversar, a se sentar, a comer sozinha, a andar. A subir escadas! Mas não voltou a ser a mesma. Porque, enquanto todo o resto voltava, a memória não quis.

Ela já não se lembra mais da nossa história. Ela nos reconhece, mas não é mais quem se lembrava dos nossos aniversários dois meses antes, para providenciar os devidos presentes. Não é mais quem nos liga às terças, nem nunca.

Ela conta histórias que não aconteceram. Tudo vem da cabeça dela, e não do passado. Algo muito injusto para quem tinha uma memória invejável.

Falar assim é até pecado. Porque ela está viva e vai nos ver casando, se é que isso um dia vai acontecer. Vai conhecer nossos filhos, seu grande sonho. Aliás, naquela noite de abril, enquanto ela não acordava, eu mentalizava: "não é hora de ela ir. Ela ainda não conheceu os netos que sempre quis". Ela vai vir morar com a gente.

Eu não quero ser mal agradecida. Nem incompreendida. Entendam: minha felicidade não cabe em mim por ela continuar convivendo com a gente, aqui nesse mundo. E por voltar viva para o Brasil, pedido que fiz secretamente assim que ela entrou naquela sala de embarque em Guarulhos, em 2007. Mas, involuntariamente, também sinto uma profunda tristeza de pensar que a alma dela pode não retornar jamais.

Afinal, ela vai "voltar" ou "começar" a viver com os filhos? Não sei. Mas tenho esperança de que tudo correrá bem. Com ela, com ele e conosco.

Aquela mãe vai viver pra sempre em mim. E, claro, também a nova mãe que teremos, assim que ela chegar a nossa nova casa. Mais um marco em nossas vidas.

E ontem, quando minha contagem regressiva para a sua volta chegou aos vinte dias, tive uma grata surpresa. Uma injeção de ânimo. Um fôlego, uma esperança. É vendo pessoas vencedoras, que sofreram mais do que podemos imaginar, superando (também) melhor do que se pode esperar, que percebemos o quanto podemos ser fortes.

Irônico, isso. A fortaleza de uma pessoa ser capaz de nos fazer ver nossas fraquezas. E fazer disso um estímulo para sermos pessoas melhores.

Obrigada, Cris. Disso eu também nunca vou me esquecer.