segunda-feira, 18 de maio de 2009

Ah, essas crianças...

Outro dia, eu estava conversando com minha amiga M sobre como a criação de filhos é algo complicado. E como o conceito "educação" muda, não só de família para família, como também de criança para criança. Sim, porque, numa mesma família, duas crianças podem ter personalidades completamente diferentes. E isso reflete na forma como elas se portam. De qualquer forma, o resultado "deveria" ser o mesmo: uma criança capaz de conviver em sociedade. No mínimo.

Eu tenho uma porção de sobrinhos tortos. São filhos de amigos ou parentes que preenchem meu coração. E eu abraço MESMO a minha causa "tia". Gosto de mimar, de ensinar, de fazer companhia e conversar. Gosto de aprender com eles. Mas também não hesito em chamar a atenção, levantar a voz e disciplinar.

Cada um desses meus sobrinhos é diferente. Por uma série de motivos, desde a já mencionada personalidade, que é única, até a forma com que os pais lidam com a criança ou a escola que ela frequenta.

Eu fico muito atenta a tudo relacionado aos pequenos. Primeiro, porque amo essas crianças com todo o meu coração - e considero toda nova conquista ou descoberta como um verdadeiro tesouro na história de cada um deles. Segundo, porque sonho em um dia ser mãe, e tenho calafrios ao imaginar que eu não consiga educar meus filhos corretamente.

Pois bem. Nas últimas semanas, tenho conhecido novas crianças, em várias situações. Quatro delas me inspiraram escrever aqui. Reparem nas diferenças.

1. AS DAMAS
Nos preparativos de seu casório, minha cunhada me convidou a acompanhá-la num sábado. Entre os afazeres do dia, estava levar uma das daminhas, de nove anos, para provar o vestido. Junto com a pequena dama, veio também uma pequena companhia: sua irmãzinha, de cinco aninhos.
Enquanto a maior (B) era uma simpatia, a menor (R) era a timidez em pessoa. Mas ambas eram educadíssimas, apesar de sua origem humilde. Depois, a noiva quis encontrar o noivo e a mãe dele numa loja de materiais de construção. Eu quis ficar com as meninas, e aproveitei para dar um lanche e um suco para elas. Em nenhum momento elas pediram nada. Não deram trabalho, não reclamaram da demora, que foi grande (a pequena chegou até a perder sua timidez comigo!). Inventaram jogos para distração e me incluíram na brincadeira. Foram literalmente pequenas damas.

2. O "BEBÊ"
Num sábado, D e eu fomos a um chá de bebê. Havia poucas crianças, mas todas estavam ocupadas - duas brincando no computador e um bebê sendo ninado. Logo, chegou um menino com seu pai. À primeira vista, ele era um garotinho simpático.
Certa hora, D e eu fomos conversar com dois amigos no jardim. R sentou-se numa poltrona, que ficava encostada na parede. E lá veio o tal garotinho, com um sorvete na mão. Ele foi escalando a poltrona, para olhar dentro da janela. E logo começou a se sentar no encosto do móvel. Por ter um estofado mole, ele foi caindo em cima do ombro de R. Foi escorregando até se acomodar no assento, empurrando R para fora da poltrona. Sem o menor constrangimento, ali permaneceu.
Enquanto eu achei aquilo um absurdo, os três rapazes riram da situação. Foi o suficiente para encorajar o garoto a aprontar mais. Começou a falar alto e errado, como neném. Xingava os adultos e mentia para o pai, falando que eles o haviam xingado. O pai, sabendo que era mentira, ficava rindo e não repreendia. O menino empurrava sua bicicleta para cima do pé dos outros e não dizia nada. Fiquei extremamente irritada com aquilo tudo. Ah, e vocês querem saber a idade do pequeno troglodita? Sete. Anos... mas pareciam meses.

3. A ESPERTINHA
No domingo, D e eu fomos a um churrasco. Churrasco com Imagem & Ação e Perfil. Para a alegria e babação dos cinco casais presentes, três menininhas nos fizeram companhia. L (10), B1 (5) e B2 (2) são três gracinhas.
Todas arrancaram suspiros, mas L mereceu destaque. Além de não fazerem qualquer bagunça (o churrasco era na casa de sua avó), elas se juntaram a nós no jogo de mímicas. E não é que L acertava tudo antes de qualquer adulto??? Fiquei impressionada. E as adivinhações chegaram até a palavras como "asfalto" e "útero". Pena que me esqueci de perguntar qual escola essa pequena frequenta...


Crédito da imagem: Getty Images

Um comentário:

  1. rsrsrs...Massa! Meus sobrinhos, mesmo nas mesmas casas, são totalmente diferentes! A criação é um grande passo, mas há certas coisas que não mudam mesmo.

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