sexta-feira, 21 de maio de 2010

Entrando numa fila

Sou bem agoniada e, por isso, fico incomodada quando deixo alguma coisa para resolver nos 45 do 2º tempo. Mas, apesar da cara de japa-paraguaia, sou brasileira e, fatalmente, vez ou outra acabo caindo nessa besteira.

Pois bem. Deixei para vacinar contra a H1N1 hoje, último dia da campanha. Eu, três amigos e mais uma renca de gente brasileira e que não desiste nunca.

Juro que achei que fosse demorar mais. Não ficamos taaaaanto tempo na fila assim e não sofri nem um pouco com o drama de "pensei que meu braço fosse cair, de tanta dor" ou "a vacina me fez passar muito mal". E, no posto de saúde, ainda me diverti um pouco, graças a três idosos, em dois episódios isolados.

1. CONVERSA DE UM CASAL DE SINHOZINHOS
Senhorinha:
"Falaram que o posto vai fechar daqui a pouco, pro almoço."
Sinhozinho: "É mesmo??? Por isso que fecharam o portão???"
Senhorinha (indignada): "É! Mas, gente, hoje é o último dia da vacinação... eles não podem fazer isso!!!! Tem que ficar aberto direto, oras!!!!"
Sinhozinho (também indignado): "É verdade!!!! Um absurdo!!!!"
Mas ele logo emendou: "Mas também, o povo deixa pro último dia, né? Tem que resolver tudo na hora???? Ainda bem que viemos vacinar no segundo dia..."
Ainda não decidi o que é pior: 1. deixar para o último dia ou 2. vacinar no 2º dia e voltar ao posto no último dia, só para assistir à fila dos desesperados e, ainda por cima, reclamando.

2. ATÉ INJEÇÃO NA TESTA?
Ao sairmos do posto, outra senhorinha, que parecia estar fazendo sua caminhada, parou, bastante interessada, e nos abordou:
Senhorinha: "É fila pra quê, heim?"
Nós: "É a vacina, senhora."
Ela olhou as pessoas na fila... pensou... pensou... olhou de novo a fila... e, hesitando um pouco, resolveu continuar andando.
E, quando dizem que brasileiro gosta de fila, a gente acha que é brincadeira.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Já doou sangue?

Sou doadora de sangue há muitos anos, mas já fazia um bocado de tempo que eu não ia doar. No último fim de semana, uma conhecida solicitou ajuda a quem pudesse, em nome de seu primo, que, com treze anos, enfrenta a barra de lutar contra um câncer agressivo. Achei que era o momento certo para voltar à ativa.

Agendei a doação e compareci à Hemoclínica hoje cedo. Desta vez, fiz uma doação destinada ao rapazinho (levei o nome completo e o hospital em que ele está internado), mas houve situações em que doei para o banco de sangue, mesmo.

A mim, não custa nada. Tenho a sorte de ser saudável e poder compartilhar essa saúde com outros.

Também há quem doa sangue pelos exames, pelo lanche ou pelo atestado médico. Independente do motivo, o resultado é o mesmo: a solidariedade.

Procure o hemocentro, banco de sangue ou serviço de hemoterapia perto de você. Salva vidas, vale a pena e faz bem - aos outros e a você.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Vender, vender, vender

Eu adoro fazer artesanato, e meus amigos vivem me perguntando por que eu não resolvo ganhar dinheiro com isso. A resposta é sempre muito parecida: vender por mim mesma não é meu forte. Conheço bem a teoria, organizo, planejo. Mas o ato de vender me trava.

Por ser bastante auto-crítica, prefiro não me propor a algo a que não me sinto preparada. Mas, como já cansei de repetir por aqui, sou altamente consumista e acabo me deparando com algumas situações que me fazem pensar como tem vendedor doido por aí.

Como nas minhas férias. Passeando pela Liberdade, em São Paulo, entrei numa dessas galerias de lojinhas (= estandes) com o namô. Enquanto ele olhava uns filmes num estabelecimento, eu observava bolsas noutro. Uma senhora coreana veio me atender, com sotaque carregadíssimo e sem pausa:

- Bolsas-bonita-né? Gostou? Tem-muito-tipo. Escolhe-qual-mais-gosta!
- Obrigada, estou só olhando...
- (Afobada) Tem-esse... olha-esse-que-bonito! E-esse... colorido-né?
- (Apontei uma delas) Ah, sim, essa é bem bonita. Quanto é?
- Quarenta-real.
- Legal, obrigada (virei-me para falar com meu namorado, que tinha acabado de chegar).
Sem a menor explicação, a senhorinha fala, mais que depressa:
- (Nervosa) Tá-bommmmmmmm... eu-faço-R$28!!!

Oi??? MAS EU NEM PECHINCHEI, DONA!!!

CLARO que acabei comprando. Bolsa fofa por 28 não é sempre que a gente acha, né???

E aí eu penso... será que ela é uma boa vendedora porque conseguiu me empurrar a bolsa??? Ou será que ela é ruim porque, sem eu pedir desconto, ela já tirou 30% do preço assim, na lata??? Dúvidas...

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Viciada em Avão

Nos primórdios da praticidade, anos-luz antes do e-commerce, algum(a) espertinho(a) resolveu explorar a natureza consumista das mulheres. Assim nasceu a capetinha Avon.

Aquelas clássicas senhorinhas cor-de-rosa dominaram o mundo, proliferaram-se como Gremlins pós-banho e, hoje, habitam comércios, vizinhanças, escritórios, repartições públicas (nestas, clandestinamente...). O fato é que elas estão por toda parte.

Até euzinha, que nunca fui de me embonecar demais, acabei me rendendo (afinal, consumismo é uma doença sem preconceito com segmentos de mercado). Compro maquiagem, esmalte, creme, protetor solar, produtos para o cabelo... ufa! Pior: eu não compro porque vêm me oferecer. Não, não! Todo mês eu é que cutuco "minha" revendedora pedindo pra ver a tal revistinha. Ow, isso é muito do mal!!!! Rs... mas faz um bem tão bom...!

Enquanto tem tanta gente se viciando em coisa ilícita, eu sou Avon-holic. Bem... dizem que o 1º passo para a cura é admitir que tenho um problema, né? Mas... posso querer me curar só depois da próxima campanha??? (Ouvi dizer que vai lançar uma máscara para cílios superultrapowerblaster!!!!)