terça-feira, 7 de junho de 2011

DENÚNCIA - DOAÇÕES???

Minha amiga me ligou indignada, hoje.

A prima de seu esposo sofreu um acidente, recentemente. E as complicações a levaram à morte cerebral. Mas todos os órgãos se mantiveram em perfeitas condições, tornando-a uma candidata perfeita para doar. Seriam córneas, pulmões, rins, fígado, coração e o que mais pudesse ser transplantado em pessoas na interminável fila de espera por órgãos saudáveis. E os dela eram. Ela tinha 29 anos e gozava de perfeita saúde. Sua vida foi interrompida por uma fatalidade.

E aí, no meio da dor de perder uma pessoa amada, a família se depara com um novo susto: por estarem em Anápolis, onde não há equipe de remoção de órgãos, ouviram do hospital que eles TERIAM QUE ARCAR COM O CUSTO DE UMA U.T.I. MÓVEL que pudesse transportar o corpo para Goiânia (a 48km) ou Brasília (a 139km). Perguntaram se não havia uma ambulância que pudesse fazer isso. Se o Governo não poderia arcar com o transporte. Se os Bombeiros não poderiam fazê-lo. Todas as respostas foram negativas. "Não. Esse custo tem que ser arcado pela família, pois não há quem ajude".

Isso aconteceu no domingo. Se houvesse interesse pelos órgãos da paciente, eles deveriam ter sido removidos prontamente. Ou, pelo menos, os procedimentos-padrão para manter todos intactos deveriam ter se iniciado naquele momento. Mas o hospital não deu esperanças. E a família não tinha condições para arcar com aquele custo extra da U.T.I. Móvel particular. Afinal, o sepultamento de uma pessoa gera custos que ninguém imagina, até que precise lidar com eles. São altíssimos.

Resultado dessa história: hoje, não há mais como doar os órgãos. Não há mais aproveitamento. O hospital não teve boa vontade em resolver. Não deu nem o caminho das pedras para a família tentar percorrer. E, nesse meio-tempo, os órgãos foram definhando. Estão falhando, aos poucos. E, ao contrário do que as campanhas publicitárias adoram ilustrar, "a tragédia de uma família" não pôde ser "a salvação de outra". Tornou-se apenas uma tragédia ainda mais dolorosa.

Isso tudo me fez lembrar de outro caso, talvez menos grave que esse, mas que também me surpreendeu. E me entristeceu, também. Minha comadre teve bebê em fevereiro. Sua neném é linda e saudável - e é alimentada somente com leite materno. Mesmo que a pequena mame muito bem, minha amiga tem leite de sobra. E cogitou fazer doação dessa preciosidade. Foi aí que se deparou com a burocracia, também.

- Como faço pra doar leite?
- Precisa ser em vidros esterilizados. Como os de maionese.
- É que não tenho vidros. As maioneses, agora, vêm em frascos plásticos. Vocês não têm aí para eu pegar?
- Não. Você precisa arrumar.
- Bem... se eu conseguir, serão poucos. Mas e aí, vocês vêm buscar? Como faz?
- A gente só pode buscar se tiver uma quantidade grande.
- Mas não tem que ser congelado?
- Tem.
- Eu não tenho vidros e não tenho tanto espaço assim para armazenar no meu congelador.
- Então não tem como.
- ...
- Não tem como. Tem que ser em vidros e em muita quantidade.
- Ok, obrigada. 

Resultado? Diante de tanta dificuldade, ela desistiu de doar.

Aí eu te/me pergunto: POR QUE O GOVERNO GASTA TANTA GRANA EM CAMPANHAS PARA DOAÇÃO, SE ELE MESMO NÃO DÁ CONDIÇÕES PARA QUE DOEMOS???

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Luzes em todo canto

Nanda e eu temos papos memoráveis. O último foi na virada do ano, que passei em sua casa. Estávamos caminhando para ver meu irmão montar os fogos de artifício, que a própria pequena tinha pedido para ele comprar.

- Tia, o que é "hanabi"?
- São os fogos de artifício, Nanda.
- E o que são os fogos de artifício?
- Ué, Nanda, são aquelas explosões e luzes que você vê no céu.
- Ah, é... luzes no céu...
- Isso.
- Tem luzes no céu e também nos cabelos, né, tia?

Peruinha da tia. Sem mais.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Lanchinho para o Papai Noel

Na véspera de Natal, minha sobrinha Nanda, empolgada com a história de que o Papai Noel viria colocar um presente em sua meia na janela, entra na cozinha correndo e começa a mexer nas coisas. 

- Tia, vou preparar um lanche pro Papai Noel!
- É mesmo, Nanda?
- É, pra quando ele trazer (sic) meu presente. Ele gosta de biscoitos e também de leite. 
- Ih, Nanda... não sei se tem. Mas tem pão de queijo. Será que ele gosta de pão de queijo?
(Ela começa a comer um pão de queijo. De repente, tem uma ideia luminosa)
- Tia, não vou deixar lanche pra ele, não. 
- Ué, Nanda, por quê? 
- Vou levar pra ele no shopping. 

sábado, 11 de dezembro de 2010

Questão de referência

Conforme costumamos fazer, ontem, em comemoração ao aniversário do Dudu (27) e da Nanda (05), resolvemos reunir nosso grupão de amigos no tradicional Carne de Sol 111.

Lá  pelas tantas, um leve alvoroço toma conta do lugar. Oscar Schmidt estava entrando no restaurante, acompanhado de seus pais.

No meio do zunzunzum, todos os adultos começaram a estimular as crianças a irem pedir um autógrafo para o ídolo do basquete. E eles foram. E foram muito bem-recebidos pelo trio ilustre.

Meu afilhado, falante que só ele, resolveu até levar um pedaço de bolo pro jogador. Tiraram foto, fizeram uma mini-festa. E, finalmente, deixaram a família jantar em paz.

Então, o Rafa (meu afilhado) começou a conversar com a gente:

- Qual é o nome dele mesmo?
- Oscar.
- Ah... e ele é famoso, é? Ele joga basquete, né?
- É, sim, Rafa. É o jogador de basquete mais famoso que o Brasil já teve.
- Ah, tá... (não acreditando muito naquela história)
- Rafa, sabe o Tadeu, aquele que apresenta o Fantástico?
- Sei, sim.
- Pois é. O Tadeu é irmão do Oscar.
De repente, o rosto do meu afilhado se ilumina.
- Sério?!?!?!? Nooooooossa, então o Oscar é famoso mesmo, né????

Quem diria que, um dia, haveria uma geração que chamaria o Oscar de "irmão do Tadeu", ao invés do contrário...

domingo, 17 de outubro de 2010

Pegando a sobremesa

- Tia, quero chocolate! Pega pra mim, por favor?
- Claro, entre aqui na fila, pra gente pegar.
- Também quero morango, por favor.
(Ponho no prato)
- E manga!
(Ponho no prato)
- E abacaxi!
(Ponho no prato)
- Mais alguma coisa, Nanda?
- Chocolate!!!
- Ok, coloque o prato mais pertinho, por favor. Pronto. Mais alguma coisa?
- Quero! SOVERRRRTE!!!

Adoro os exatos momentos em que meus sobrinhos me lembram que são crianças, e não pequenos adultos.


P.S. tudo a ver: Nanda, esse meu pequeno amor, tem apenas quatro anos e dez meses.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Eu sempre me lembrarei...

... Das longas caminhadas (dado o tamanho das minhas perninhas) de dois quarteirões até a escola em Mogi.
... De quando o papai chegou com o Monza pra presentear minha mãe.
... Do quanto eu tinha medo de estalinho, mas minha mãe insistia em comprar pra dar nas minhas festinhas de aniversário.
... De ir roubar Dadinho, cubinho de caramelo e açúcar (no açucareiro que "parece panelinha") na casa da tia Marlene. E, quando eu não ia, ela vinha em casa trazer pra mim.
... Dos meus amigos do Carmo (e, agora, amigos para a vida inteira).
... Da asa de borboleta que mamãe fez pra mim, com arame e cortina de banheiro (e de como eu a achei a mais linda das asas de borboleta da apresentação da escola!).
... Da Irmã Dilena e do quanto foi triste me despedir dela.
... Do meu irmão me protegendo quando éramos pequenos.
... Dos natais na casa da Batian e do Ditian. E dos anos novos na casa do tio Minoru.
... Das idas à granja e das fotos que sempre tirávamos ao lado dos pés de café.
... Da nossa primeira volta na Belina nova. E da placa: KT 7777.
... De viajar no porta-malas da Belina, que meu pai forrava de futon pra mim.
... Das viagens que fizemos em família (e do quanto eu passava mal e vomitava toda vez).
... De viajarmos pelo Brasil inteiro e do quanto isso significou pra mim.
... De levarmos sempre a Ju e, na última vez, para Belém-Manaus-Ilha do Marajó, levarmos a Bé.
... Das brincadeiras de Changeman com o Fabrício, o Digo, o Eric e a Mara.
... De ter pavor de cachorro, a ponto de subir em mesa quando eles chegavam perto.
... Do primeiro menino que eu gostei.
... Dos nossos jantares no Germana.
... Dos nossos jantares no Koto. E de sonhar que o Komiya-san um dia fosse meu sogro.
... Dos nossos aniversários no Chama's, onde havia uma escada em espiral que dava para o teto. E de pedir profiteroles só pra ver o garçom flambar o chocolate na mesa.
... Do meu primeiro par de patins. E de arranhar o taco do apartamento com aquelas rodinhas.
... Da primeira vez que um menino me chamou para dançar. E também da primeira vez que eu aceitei.
... De pousar na casa das minhas amigas e elas pousarem na minha. E do quanto isso era planejado e aguardado!
... Da primeira vez que fui dormir na casa da Erika e a tia Keiko falou que o Shudy (ainda menor que eu) estava super-animado com isso. E de como a Erika ficou irritada porque o irmão pirralho queria se meter nas nossas conversas.
... De viajarmos em ônibus de excursão por causa dos campeonatos de beisebol do papai. E de uma vez específica em que os "velhos" fizeram mais bagunça e sujeira que nós, a "criançada". Mas, é claro, quem levou a bronca fomos nós.
... De ficar cantando músicas da Xuxa em grupo, no terraço da casa do Tentchan, e ser chamado de "bando de araras" pela vizinha mal-amada.
... De presenciar o tio Satão quebrando a tranca da porta do quarto dos meninos, com um único soco, só porque eles não nos deixavam entrar.
... Da primeira vez que viajei sozinha de avião. Eu usava meu casaco rosa da Pakalolo.
... De perder o medo de cachorros e começar a sentir amor por eles.
... Da minha primeira Barbie, que ganhei na Zona Franca de Manaus. (Da Mattel, e não da Estrela)
... De quando meus pais iam comprar uma casa (mamãe já tinha até escolhido a cortina pro meu quarto!) e da minha tristeza ao saber que a proprietária não queria mais vender.
... De dividir o quarto com a minha irmã. E do quanto isso causou brigas entre nós (da boneca fora do lugar ao "Love Songs" na hora de dormir).
... De quando meu pai foi convencido pela Daniella e a Karine, e comprou o último filhotinho do Tutti e da Pety.
... De quando levei Milú pra casa e ele passou mal no carro (como eu, quando era pequena).
... Do Ditian vendo uma foto do Milú e dizendo: "parece kumá (urso)!". Milú era um poodle e tinha dois meses.
... De estudar em uma sala cheia de japas.
... Da queimadura que uma fisioterapeuta de merda causou no meu joelho.
... Dos campeonatos de karaokê e das viagens para Goiânia, Cuiabá e Araçatuba.
... Das viagens do vôlei.
... Da primeira cartinha de amor que escrevi.
... De ter jogo de cintura no meio de duas amigas que brigaram entre si. Por causa de um menino (sempre eles!)
... Do meu primeiro e tímido beijo.
... De patinar no gelo pela primeira vez.
... De viajar para a Disney.
... De patinar meu Rollerblade pela primeira vez.
... Da minha primeira máquina fotográfica.
... Do azul impossível do mar das Bahamas.
... De adorar o balanço do navio - e ser uma das poucas que não passaram mal!
... Da Batian dizer que eu era alta e tinha as pernas compridas.
... De, a cada novo ano no colégio, achar que meus colegas seriam meus melhores amigos para o resto da vida.
... De mandar um professor à merda e ele nem ligar.
... De ser mandada para a sala da coordenadora por engano.
... De confortar minhas amigas quando elas mais precisaram. E de como isso foi reconfortante pra mim, também.
... Do que a tia Kika falou quando a tia Sônia faleceu: "Quando nascemos, nós choramos e as pessoas a nossa volta sorriem. Quando morremos, as pessoas que nos amam choram, mas nós estamos sorrindo".
... De aguardar o tão esperado resultado da UnB e descobrir que não passei porque meus pais não vieram me acordar. E de chorar baixinho assim que acordei.
... Do quanto eu era econômica quando eu comecei a trabalhar. E, não muito tempo depois, do quanto gostei desse negócio de torrar o salário.
... Do meu primeiro aparelho celular, comprado com meu próprio dinheirinho.
... De ter muita vergonha de atender o celular no ônibus, porque os passageiros não estavam acostumados com isso e consideravam uma tremenda falta de educação (= invejinha).
... Dos trabalhos em dupla com o Alê, sempre tão elogiados. E que muitas vezes ele ou eu tínhamos feito sozinhos.
... De ser passada para trás pela agência A3. Eles receberam por um serviço que eu criei e nunca me pagaram por isso.
... De aprender com o Eider e desaprender com o Asdrúbal.
... Do dia em que eu cheguei em casa e tudo tinha sido revirado por ladrões.
... Do dia em que Midori e eu íamos levar o Gol pra oficina e ele não estava mais onde eu havia estacionado.
... De entrar na PQAS e achar aquela parede azul a coisa mais linda. E sonhar em ter uma casa tal qual aquela sala duplex.
... Do quanto era bom visitar meus pais em Mogi, nas férias.
... Das novelas mexicanas estrelando uma família japonesa.
... Da minha colação de grau e de como eu enchi o canudo de todo mundo com confete. E da Fernanda ter sido a única que não foi avisada do fato por seus vizinhos de cadeira.
... De ver colegas se transformarem em amigos. Estes, sim, para o resto da vida.
... Das saídas frustradas com os amigos do Nipo.
... Da Rê e eu sermos paradas pelo guarda porque não tínhamos reparado que o farol estava apagado.
... Das tardes de karaokê e de forró.
... De perceber que as constantes briguinhas entre irmãos diminuíram com a idade. E o amor só aumentou.
... De ver amigos irem para longe, por motivos diversos, em todas as fases da vida.
... De manter e perder contato com esses amigos.
... De reencontrar amigos graças ao ICQ.
... De reencontrar amigos graças ao Orkut.
... De conhecer gente interessante pela internet.
... De reencontrar o Digo (outro).
... Do beijo na chuva com o amigo do Digo.
... Da primeira decepção amorosa.
... Da primeira transa.
... De me embebedar pela primeira vez. E, ainda assim, ser a pessoa mais sóbria do grupo, a ponto da mãe do formando me confiar a chave do carro.
... De fazer uma besteira boa e botar a culpa na bebida.
... De decepcionar quem não merecia.
... De ser decepcionada por uma então melhor amiga, quando eu não merecia.
... Da segunda decepção amorosa.
... Do cardápio exato da primeira vez que um carinha cozinhou pra mim: frango com cerveja e bolo de gelatina de morango.
... Do blackout na W3 e do cálice que quebrei (e depois dei de presente de aniversário).
... De ter me comportado quando não deveria. E de não ter me comportado quando deveria.
... Do meu primeiro carro, que consegui comprar graças à ajuda da minha irmã. E de como honrei o compromisso e paguei tudo de volta.
... Das caminhadas no parque em época de horário de verão.
... De acordar cedo e tomar banho gelado por causa do tae fight com o tio Dudu, Lelê, Beta e Moniquinha.
... Da minha fase magra.
... Do carnaval gordo.
... De ganhar flores.
... Dos chuviscos de aniversário no Correio.
... Das fotos quase que diárias, que guardarei para o resto da vida.
... Do medo que senti quando meus amigos sofreram acidentes. De moto ou de paraquedas.
... Das nossas saídas em grupo para botecos, shows, festivais, pré-estreias e Colunistas.
... Do pior filme que já vi e com quem eu o assisti: O Novo Mundo, com o Geraldo. Foi a gente levantar pra sair, que toda a sala resolveu fazer o mesmo.
... De me meter em roubadas engraçadas com a Lou (pocket show + bateria podre... hahaha).
... De me despedir com tristeza e medo quando meu pai foi para o Japão.
... De, um ano depois, despedir-me da minha mãe também. E de que, nesse caso, foi uma despedida para sempre. Pelo menos, daquela pessoa que eu aprendi a chamar de mãe.
... De ser pedida em namoro.
... De um fim de semana no hotel fazenda.
... De me tornar uma profissional mais completa.
... De mandar um certo alguém para o inferno por mérito dele.
... De procurar meu nome no Google e descobrir, com um ano de atraso, que eu tinha passado em um concurso público e jamais fui avisada.
... De como eu aprendi a lidar com o serviço público a duras penas.
... De, um dia para o outro, eu começar a ter prazer em ir trabalhar em uma certa empresa, graças às amizades que cultivei.
... De sempre brigar por justiça. E muitas vezes ser ignorada.
... De ser reconhecida pelo meu trabalho. Várias vezes.
... De uma amiga xará que, muitas vezes, acredita mais no meu trabalho que eu mesma.
... De beber doze caipiroskas em uma noite, continuar sóbria e, por ser comprometida, não ligar pro barman gatinho que me deu altos moles e o telefone em um guardanapo.
... De beijar mais de um numa só noite.
... De cochilar uma única vez ao volante, por dois ou três segundos. E da adrenalina que tomou conta de mim quando me dei conta disso.
... De fazer um salto que deveria ser duplo, mas que acabou sendo quádruplo graças à Manu e ao Elson.
... De todas as vezes que o Milú quase morreu. E do quanto eu sofri quando ele finalmente se foi.
... De testemunhar a amizade entre um cachorro Feioso e um gato que achava que era cachorro.
... De um beijo na chuva ainda mais especial.
... De um enrolado se tornar namorado.
... De ser apresentada para os sogros. E amá-los muito.
... De um banho memorável e de fugir de cachorros.
... De adotar cachorros.
... Do segundo e também do terceiro namorado (porque, do primeiro, juro, certa vez até esqueci o nome, por um momento. Prova de que o cerébro bloqueia lembrança que não vale a pena).
... De sentir um carinho profundo por meu pai e a todo instante desejar que ele volte. Com saúde.
... De conversar com minha Batian e ela não me reconhecer.
... Da minha mãe não me reconhecer.
... De sofrer por amor. Em todas as formas de amor.
... De receber carinho por todos os lados quando mais precisei.
... Da falta de educação dos franceses com os quais fui obrigada a interagir em Paris. E do único senhor francês que arrancou um sorriso meu, mesmo num momento desesperador.
... De ver minhas amigas de infância se casarem. E do quanto isso me orgulha.
... Do carinho que tenho por meu afilhadinho Rafa e meus afilhadões Telminha, Marcônio, Li e Dedé.
... Do amor que sinto pelos filhos dos meus amigos.
... Do sonho de me casar e ter meus próprios filhos.
... Das baladas da mulegada de quinta (e segunda, e terça, e quarta, e sexta... e, por que não, fins de semana?).
... De envelhecer e ter memória. E memórias também.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Candidatos a publicitários

Estamos a poucos dias das eleições, e eu ainda tenho dúvidas quanto aos meus (nossos?) candidatos. É muito, mas muuuuuito difícil pensar em eleger alguém quando se sente tanta decepção quanto eu tenho sentido com relação à política.

Como cidadã, eu me sinto assim. Como publicitária, eu me sinto num circo.

A essa altura do campeonato, não tem como mudar nada, eu sei. Mas, ainda que eu esteja atrasadinha, preciso verbalizar. Na guerra do "quem aparece mais", quem perde é o eleitor. E, entre os zilhões de pecados publicitários e marqueteiros, alguns conseguiram se destacar:

1. Carreata barulhenta nas manhãs de domingo
Sério mesmo??? Quem foi que teve a brilhante ideia de juntar: dezenas de carros de amigos e familiares + 8h de domingo + carro de som ou trio elétrico + jingle chiclete(na maioria das vezes, uma "releitura" de alguma música pop) + atrapalhar o trânsito + rojões? Quem, em sã consciência, considera que vá conquistar novos eleitores com isso? Porque, pra mim, esse mix tem o efeito contrário. Efeito repelente.
Mas o pior, na minha opinião, não é inventar essa mistura grotesca. É achar genial e resolver imitar.

2. Plotagem de carro de passeio
Ok, essa não atrapalha ninguém. Mas já me fez rir váááárias vezes no trânsito. E não foi só um candidato. Foram uns cinco ou seis.
A criatura resolve economizar na mídia e pensa: "puxa, vou usar meu próprio carro pra divulgar. Mas não quero só um adesivinho. Nãããão... quero o carro inteiro!"
E aí manda plotar. Com tudo que tem direito. Cargo ao qual concorre, número de candidatura, partido e a bendita foto.
E a foto SEMPRE está posicionada no mesmo local. Na porta traseira (sim, porque ainda não vi nenhum carro de duas portas plotado). E, quando o passageiro resolve abrir a janela dessa porta... Deus nos acuda, cadê a cabeça do candidato???????? Bem... foi pro "buraco".

3. Adesivos a torto e a direito
... em carro de motorista barbeiro
... colado no meu carro sem a minha permissão
... distribuído na rua, pra grudar na roupa
... colado torto no vidro alheio
... grudado em prédios públicos
... usado como durex em carroça, bicicleta ou box de motoboy
... e por aí vai.

4. Publicidade proibida pelo TSE
O(A) cara não segue a lei nem antes de se tornar efetivamente um político. Preciso dizer mais?